Por Marcela Panke
Uma pesquisa que está em fase de finalização no Centro Infantil da PUCRS mostrou que 92% das crianças asmáticas não faz o tratamento adequado. O coordenador da pesquisa, o pneumologista pediátrico Paulo Pitrez, contou ao blog que o dado confirma o que ele já vinha percebendo no consultório.
Lembrando que a asma é uma doença crônica, popularmente conhecida como bronquite. Ela não tem cura, mas o tratamento correto permite ao paciente viver com qualidade de vida. A asma é caracterizada pela inflamação dos brônquios e os sintomas são tosse, chiado e falta de ar.
“O asmático pode ser campeão de natação, pode jogar na escolinha do Grêmio e Inter, desde que seja tratado corretamente. O que percebemos é que 90% não sabem usar o dispositivo inalatório com medicamento preventivo e não usam todos os dias”, relata.
Responderam ao questionário do estudo 62 pacientes, que possuem entre seis e 16 anos, atendidos no Ambulatório de Asma Infantil do Hospital São Lucas da PUCRS. Segundo a pesquisa, 89% deles relataram acordar com falta de ar à noite e 61% tiveram sintomas ao praticar exercícios no último ano.
Importância do tratamento
De acordo com o pneumologista pediátrico Paulo Pitrez, um “asmático moderado” tem em média uma crise por mês. A tendência, com a adesão ao tratamento, é de redução nesses episódios. O coordenador da pesquisa destaca que, entre os meses de maio e setembro, com a intensificação do frio e aumento dos casos de viroses, os pacientes estão mais suscetíveis às crises.
“A melhora na qualidade de vida é muito grande com o tratamento adequado. A inalação com medicamento preventivo deve ser feita todos os dias, eu costumo comparar com um paciente hipertenso. Ele precisa tomar o remédio para a pressão diariamente. Também digo aos pais que o tratamento da asma é como a escovação dos dentes para evitar cáries, tem que ser todos os dias”.
Medo da “bombinha”
Um dos principais motivos para a não adesão ao tratamento da asma é o medo de possíveis reações causadas pelos medicamentos, seja o preventivo, seja o indicado para uso em crises.
“Sendo prescrito por um médico, são medicamentos absolutamente seguros, usados há mais de 40 anos. Os pais tem medo que os filhos fiquem viciados nessas substâncias, o que é uma bobagem, não há nenhuma evidência disso. Também há o receio de que o remédio faz ‘mal para o coração’. Isso acontece porque o medicamento usado na crise acelera um pouco a frequência cardíaca, mas não traz nenhum prejuízo para a criança”, explicou o Dr. Paulo Pitrez.
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Incidência de asma
A asma é uma doença bem comum: duas crianças em cada dez tem a doença em Porto Alegre. Isso se deve a diversos fatores, como explica o pneumologista pediátrico Paulo Pitrez:
“É uma mistura de fatores, tem a genética, mas aqui tem muitas viroses, que são desencadeantes de crises”
Mortalidade da doença
No Brasil, sete pessoas morrem POR DIA em função da asma. O Dr. Paulo Pitrez destaca que 90% das vítimas são adultos.
“A criança hospitaliza muito, perde aula e os pais perdem o trabalho, é um transtorno. Por isso é tão importante fazer o tratamento corretamente”.
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