Por Elisandra Borba

Fotos: Divulgação Servi
Nem toda mulher planeja ser mãe. E as que já são mães, nem sempre querem mais filhos. Os simplistas vão achar que tudo é muito fácil: “evita e pronto!”. Mas a realidade que cerca cada pessoa, cada ser humano, é diferente e só julga, quem não tem poder de empatia. Tudo que uma mulher não precisa na hora da descoberta de uma gravidez indesejada é o julgamento. Precisa sim de apoio e compaixão.
Nossas personagens são reais, mas os nomes são fictícios, para não expor as crianças:
Gabriela foi abusada pela primeira vez quando tinha 12 anos de idade. Devido a depressão, começou a beber e usar drogas. Teve o primeiro filho aos 16, e mais outros dois filhos mais tarde. O quarto não nasceria se ela não tivesse encontrado ajuda.
“Eu tomava nove comprimidos por dia, pra bipolaridade, depressão, essas cosas… Então, quando eu fiquei gravida, eu estava separada do meu marido. Pra mim foi um choque. Eu já tinha três filhos, fiquei apavorada. Levei três meses pra contar pro meu marido que eu estava grávida, porque a a intensão era tirar, mas no fim acabei levando adiante”, contou ao blog Fralda Cheia.
A Vera foi abusada pelo avô quando criança. Casou, teve dois filhos e se separou. Depois disso, descobriu que estava grávida outra vez. Com medo e sem dinheiro, decidiu que daria o bebê para adoção. O que vera não esperava é que o parto seria especial. A menina nasceu em uma ambulância, momento em que Vera percebeu que tinha mudado os planos:
“Quando eu vi ela, foi na hora. Me emocionei e a aceitei na hora. Escolhi, inclusive, o nome dela naquela hora ali”, descreve emocionada.
O que as duas personagens tem em comum para o ‘final feliz’ das histórias foi a ajuda de um grupo de apoio chamado Servi. Eles acolhem as gestantes de maneira voluntária e dão suporte através de uma equipe multidisciplinar, como explica a diretora executiva do servi, Gema Zibenberg Sordi
“Nossa parte é preparar esta mãe pra que ela tenha uma gravidez saudável, mas que também se sinta amada e cuidada. Isto vai fazer com que ela consiga atravessar esta etapa com mais tranquilidade e com alegria, realmente. Esses bebês acabam chegando nos braços das mães sendo muito amados, cuidados, amamentados, preparados. Mas não que ela faça isso forçadamente , ela vai fazer isso porque é algo que realmente brota dentro dela”, conta Gema.
Além do atendimento médico, psicológico e da troca de experiência com outras mães e voluntárias, a equipe prepara o enxoval do bebê, faz o book da gestante e do recém nascido, ajuda a recolocar a mulher no mercado de trabalho, além de outros apoios materiais para quem vive em vulnerabilidade social. Mas a instituição atende mães de qualquer classe social e de todas as idades. Todas que não se sintam capazes de manter a gravidez. Não há distinção.
A instituição precisa de doações de roupas, leite, carrinhos, berços, fraldas e outros produtos para higiene e cuidado dos bebês e mães. O Servi fica na avenida Cristóvão Colombo nº 1155 – Casa 1 - Porto Alegre/RS. O telefone de contato é o 3516-1151.