"Cabe ao governo federal e estadual reconhecer a importância de Itajaí", diz prefeito Jandir Bellini
11 de dezembro de 2014 2
O prefeito Jandir Bellini (PP) falou ao blog sobre a confirmação de Itajaí como 1º PIB do Estado, anunciada na manhã desta quinta-feira pelo IBGE. Nesta entrevista, diz acreditar que a diversificação da economia garantiu os bons resultados e cobra reconhecimento dos governos estadual e federal.
O resultado já era esperado?
Itajaí nunca competiu para ser a 1ª. Estamos buscando cada vez mais fortacer nossa economia. Sabíamos que tínhamos crescido de 2011 para 2012 e que podíamos chegar ao maior PIB de SC. Itajaí, hoje com 200 mil habitantes, é o 29º PIB no país. Crescemos 10 posições.
Um PIB maior aumenta a cobrança?
Eu diria que é uma faca de dois gumes. Há uma cobrança maior, acredita-se que o município tem dinheiro para isso ou aquilo. O alto PIB não significa que o município tem maior arrecadação, o PIB é o que se produz. É positivo porque mostra que a cidade está produzindo, mas precisamos de infraestrutura e esse dinheiro não fica nas mãos da administração, é da iniciativa privada. Cabe ao governo federal e estadual reconhecer a importância de Itajaí.
Fala-se que a economia de Itajaí está muito atrelada ao setor portuário, mas nos últimos anos houve diversificação. Isso ajudou?
Muita gente acredita que seja 100% atrelada à economia portuária, importação e exportação. Influencia muito, mas hoje Itajaí tem PIB próprio, indústrias de diversos segmentos como naval, metalurgia, alimentos, confecção, tecnologia, inovação e prestação de serviços, o maior polo farmacêutico de Santa Catarina. Um conjunto de fatores colabora. Temos porto, aeroporto, entroncamento de rodovias, e uma excelente localização geográfica, estamos no centro para 60% da população de Santa Catarina, num raio de 80 quilômetros. Isso tem atraído investidores de fora e até mesmo da região, que tem trazido suas fábricas para Itajaí.
A prefeitura tem investido para trazer novas empresas à cidade?
Sem dúvida. Quando se tem a economia vinculada a apenas um setor, em caso de crise a cidade vai junto. Diversificar dá mais segurança à economia. Em 2009, 1.542 empresas abriram em Itajaí. Em 2013 foram 2.965, o número dobrou.
A proposta que tramita na Assembleia Legislativa para que cidades portuárias e produtoras dividam os lucros decorrentes do ICMS de exportação pode retrair o PIB de Itajaí caso seja aprovada?
Vai haver prejuízo, mas nosso PIB é de R$ 19 bilhões. Segundo dados da área técnica, a redução em caso de aprovação seria de R$ 300 milhões. Não chega a abalar. Isso é uma politicagem, estão iludindo os prefeitos. Sem contar que é uma proposta inconstitucional. Recebemos cargas do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Mato Grosso e até do Norte do país. Se aprovado esse projeto não é só Itajaí, é o Estado que perderá milhões em arrecadação.