
Foto: Marcos Porto
O governador Raimundo Colombo (PSD) vai liderar uma comitiva que segue na quinta-feira para o Rio de Janeiro para tratar do fechamento da Unidade de Exploração e Produção Sul (UO-Sul) em Itajaí. Um dia antes, reúne-se com autoridades e o empresariado local para traçar a estratégia de abordagem.
A informação foi oficializada nesta segunda-feira durante a audiência pública organizada em conjunto pela Câmara de Vereadores de Itajaí e a Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Com plenário lotado, deputados, vereadores e o prefeito Jandir Bellini (PP) ouviram os argumentos da estatal, trazidos pelo gerente-geral da Unidade de Exploração e Produção da Bacia de Santos (UO-BS), Osvaldo Kawakami.
Coube ao executivo, que já ocupou cargo de comando da Petrobras em Itajaí, comunicar que, para a empresa, a unidade do Sul, operando apenas o navio-plataforma FPSO Cidade de Itajaí, é pequena demais para a estrutura que tem:
_ É como ter um general para cuidar de algo que um tenente poderia estar cuidando _ disse.
Em audiência, deputados criticam decisão da Petrobras de deixar Itajaí
Kawakami garantiu a manutenção das operações portuárias e aéreas e repetiu mais de uma vez que a decisão de transformar a UO-Sul em um Ativo de Produção, subordinado a Santos, foi estritamente empresarial e atende às novas premissas da companhia _ muito embora a unidade de Itajaí seja a de melhor custo-benefício, com uma média de R$ 58 milhões ao ano por funcionário, e seja 5ª melhor posicionada em produção no país, empatada ou à frente de unidades como Amazonas, Sergipe-Alagoas, Rio Grande do Norte-Ceará e Bahia.
Os argumentos foram rebatidos, um a um, por Silvaney Bernardi, representante da Federação Única dos Petroleiros, que afirmou tratar-se de decisão política, motivada por uma possibilidade de reação menos barulhenta em Santa Catarina do que em outros locais onde a Petrobras mantém suas unidades.
Bernardi classificou a tomada de decisão repentina da empresa como “autoritária e truculenta”, e afirmou que a perda de acervo técnico, com a saída de metade dos 70 funcionários que hoje atuam diretamente na UO-Sul, é um “prejuízo estratégico fenomenal” para o Sul do país.
_ Um Ativo de Produção não é nada. É migalhinha caindo da mesa. A UO-Sul se paga e muito bem, com potencial enorme de crescimento.
Prospecção
A categoria defende que além de bons resultados a UO-Sul tem possibilidade de alavancada de negócios a curto prazo com o início da operação de uma bacia no Paraná, recentemente leiloada, e da possível incorporação da Bacia de Pelotas (RS) às operações da Petrobras _ que estariam, pela lógica, subordinadas à UO-Sul.
Para o empresariado presente ficou a impressão de que a motivação para a desativação da unidade de Itajaí foi, de fato, mais política do que técnica.
_ Do ponto de vista empresarial, não faz sentido _ disse o presidente da Associação Empresarial de Itajaí, Eclésio da Silva.