
Foto: Marcos Porto
O Paraná assistiu neste domingo à histórica vitória do Operário Ferroviário sobre o Coritiba, que rendeu ao time de Ponta Grossa o inédito título estadual, em 103 anos de clube. O Fantasma, como é conhecido o Operário, redimiu-se dos anos difíceis com uma final emocionante _ chegou com vantagem e venceu fácil, sem se render ao peso do nome do Coxa.
Ponta Grossa, a cidade do Fantasma, tem algumas semelhanças com Itajaí. Assim como nós, também viu a economia deslanchar nos últimos anos e se divide entre a vocação para cidade grande e o jeitão de cidade pequena. E assim como o nosso Marcílio Dias, o time de Ponta Grossa também se viu por muitas vezes desacreditado. Nos últimos 20 anos o Operário chegou a abandonar o futebol profissional duas vezes.
Depois de uma tentativa frustrada de fazer o time dar certo com o apoio da prefeitura, em 2004, um grupo gestor passou a tomar conta do Fantasma. O mais recente time de gestores, que assumiu o clube em setembro do ano passado, montou um planejamento estratégico e o apresentou a empresários da cidade e de todo o Estado. 40 desses empresários formaram um grupo chamado “Amigos do Operário” e passaram a contribuir com R$ 2 mil por mês cada um.
Esse grupo de financiadores tem uma diretoria, que responde pelos resultados dos investimentos, e há pessoal qualificado contratado para as demais funções. Ou seja, delegaram-se as funções.
Em paralelo veio o programa Sócio-Torcedor, com um clube de vantagens para quem contribui com R$ 40 a 100 todo mês. Com o time conseguindo bons resultados desde que voltou à série A do Paranaense, em 2010, o número de sócios pagantes cresceu e o clube se tornou viável _ o que culminou com o título do Estadual.
A história do Fantasma pode servir de inspiração para o nosso rebaixado Marinheiro. Mostra que quando empresariado e torcida abraçam juntos a causa, e quando a gestão toma o caminho certo, os resultados aparecem. E reacende a esperança de um dia, quem sabe, o Marcílio voltar a render um título da série A do Catarinense para Itajaí. Quem sabe.