A expectativa no setor acadêmico é que a estruturação da pesca dentro do Ministério da Agricultura, publicada em Diário Oficial na última sexta-feira, traga de volta os comitês de gestão pesqueira que, com grande atraso, começavam a tomar forma à época do desmanche do Ministério da Pesca.
No ano passado o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) emitiu editais para financiamento de quatro anos de pesquisas relacionadas à pesca para subsidiar os comitês. A Univali foi a escolhida para o levantamento de dados sobre peixes demersais (de fundo) no Sudeste e Sul. Mas depende, ainda, de alinhavos burocráticos entre o Ministério da Agricultura e o CNPq para tirar o projeto do papel.
A falta de dados para embasar a gestão pesqueira tem sido um problema crônico no país que era recém-atacado pelo governo. Na última visita do então ministro da Pesca Helder Barbalho (PMDB) a Itajaí, em abril do ano passado, ensaiou-se inclusive uma reaproximação do governo federal com o Grupo de Estudos Pesqueiros da Univali (GEP). O grupo é referência em gestão de pesca, compila dados de estoque de diversas espécies, e desde 2012 não tem mais convênio com Brasília.
Na época o presidente da Gomes da Costa, Alberto Encinas, fez abertamente o “convite” para que o governo federal voltasse a integrar o projeto, que hoje é financiado pela iniciativa privada.
Com a definição de cargos da pesca no Ministério do Agricultura, o momento é de juntar esforços para que as demandas do setor sejam bem contempladas. Ainda que com efetivo reduzido.