Patrícia Auth, Jornal de Santa Catarina
A segurança no trabalho está em evidência no Litoral. Desta vez, não pelos trágicos acidentes causados pela falta dos equipamentos obrigatórios, mas pela prevenção. Somente em Balneário Camboriú e Itapema, passa de 200 o número de obras em andamento, o que as torna polo de mão-de-obra no ramo. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Balneário Camboriú, Camboriú e Itapema (Siticom), cerca de 6 mil homens estão empregados no setor atualmente. E aí vem a missão: fazer com que todos eles se preocupem com a própria segurança.
Para manter o saldo negativo de mortes no trabalho neste ano – nenhuma registrada em Itapema e Balneário Camboriú até o fim de abril, segundo o Instituto Médico Legal (IML) – o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) de Balneário Camboriú está investindo em fiscalização. Há cerca de 30 dias, a região está com o reforço de quatro auditores, vindos de Florianópolis e Blumenau. Ao todo, com os dois fixos no Litoral, são seis fiscais atuando na chamada Operação Intensiva de Fiscalização, que busca a prevenção de acidentes e a regularização da segurança nos canteiros de obras.
– Essa operação foi definida com base no elevado número de obras e na quantidade de trabalhadores contratados, a grande maioria vindos de fora e sem a qualificação devida. Todas as obras da construção civil de Balneário Camboriú e Itapema serão fiscalizadas – conta o chefe regional do MTE, Paulo Roberto Schappo.
Foi justamente a falta dos itens obrigatórios de segurança na construção civil que gerou 13 embargos de obra em Balneário Camboriú e Itapema nos primeiros meses deste ano. Schappo explica que os embargos ocorrem quando, pela falta de equipamentos individuais e coletivos, o canteiro de obras oferece risco constante de acidentes aos operários – entre as principais preocupações estão os poços de elevadores, muita vezes sem proteção contra a queda:
– A fiscalização conta com filmagens, fotografias e laudos. Se encontradas pequenas irregularidades, os responsáveis são notificados e possuem prazo para se adequarem.
Operação pretende vistoriar todas as obras de Itapema e Balneário Camboriú
Segundo o chefe regional do MTE, caso os problemas sejam maiores, é emitida uma notificação e até efetuado o embargo. A fiscalização não tem prazo para terminar. A operação só terá fim quando todas as obras de Balneário Camboriú e Itapema forem vistoriadas.
O eletricista Marcos Aurélio Carvalho, 33 anos, faz a sua parte quando o assunto é segurança no trabalho. Atua há quase 19 anos no ramo da eletricidade de grandes edifícios. Hoje, ocupa o cargo de encarregado de elétrica. Além de fiscalizar a qualidade do serviço, Carvalho tem a missão de ficar de olho na segurança dos operários.
– Esse é um item bem cobrado. A gente até criou um regimento interno, em que o operário que se nega a usar os equipamentos de segurança, assina um termo e é dispensado do dia de trabalho – conta Carvalho, afirmando que a medida tem surtido efeito positivo na conscientização.
Desde o ano passado, Balneário Camboriú conta com a Unidade de Segurança e Saúde no Trabalho do SESI, que atende 160 empresas filiadas ao Sinduscon. O local oferece treinamentos contra queda e prevenções de acidentes com desmoronamento e riscos elétricos.
– As empresas, de um modo geral, estão se adequando no quesito segurança. Ainda existem aquelas que mal conhecem os equipamentos obrigatórios, mas são a minoria – afirma o gestor de saúde da unidade, Sérgio Lima Junior.
ITENS OBRIGATÓRIOS |
Equipamentos básicos de segurança para trabalhadores da construção civil: |
- Cinto de segurança |
- Capacete |
- Calçados de couro |
- Óculos de proteção |
- Protetor auditivo |
- Uniforme |
Por clicRBS Itajaí