Impressionante a quantidade de traições que rolam nas telenovelas. Só para citar duas obras, em Avenida Brasil, que acabou na sexta-feira, e em Gabriela, a novela das 11, as puladas de cerca rolam em toda a parte.
Pense em um personagem de Avenida Brasil: é quase certo que ele, em algum momento, traiu seu parceiro. Incluem-se Carminha (Adriana Esteves), Max (Marcello Novaes), Cadinho (Alexandre Borges), Muricy (Eliane Giardini), Silas (Aílton Graça), Adauto (Juliano Cazarré), Lucinda (Vera Holtz) e por aí afora. Só mudava o tom, com algumas histórias mais leves, e outras, mais sofridas.
Em Gabriela, as traições rendem muito pano para a manga. E o mais interessante é que, no caso dos homens de Ilhéus da década de 1920 – ou será dos homens do mundo todo em todas as épocas? – pior que a traição, para eles, é a fama de corno. Foi o caso de Tonico Bastos (Marcelo Serrado), que optou em permitir que a mulher, Olga (Fabiana Karla) continuasse o caso com Ezequiel (José Rubens Chachá) a ser apontado nas ruas como um marido traído.
Será que tantas puladas de cerca são um recurso da teledramaturgia, para tornar as histórias da ficção mais interessantes, ou refletem um comportamento comum na sociedade atual? Que medo!