Com esta história, eu fico em débito com o chapa Carlos Kilian, que pegou o rapaz pelos braços e trouxe até mim:
_ Eu disse há pouco que eu quero vir pra cá com a Nação e tem que ser nesse mesmo lugar _ dizia o músico Pupilo, baterista da banda Nação Zumbi, referindo-se à Santo Antônio de Lisboa, onde tocou com a cantora Céu no domingo, pelo projeto Floripa Tem. Com o mesmo entusiasmo ele se refere à volta do mítico grupo pernambucano, que se reunirá para lançar um novo álbum em março, o oitavo de inéditas. O trabalho ainda não tem nome _ pelo menos não oficialmente, pois já se falou em Do Futuro _, mas marca o reencontro do grupo para lançar um disco novo de estúdio desde Fome de Tudo, de 2007. E será a volta deles também aos palcos, depois de quase dois anos sem tocar sob a bandeira da Nação Zumbi. A retomada será de maneira emblemática: no Carnaval, no Marco Zero do Recife. Dali lançarão o disco e partirão em turnê.
Sete anos saciados, os integrantes correram em projetos paralelos _ desde acompanhando artistas como Céu, Marisa Monte até produzindo trilhas para o cinema e as mais recentes investidas com Los Sebozos Postizos (o tributo a Jorge Ben Jor, eu que terá uma edição com o homenageado neste mês apenas em São Paulo).
Pela “pilha” de Pupilo, os caranguejos estão novamente sedentos. Até o dia 30 eles lançam o primeiro dos dois singles que prepararão o terreno para o lançamento do disco. A parceria com o brasileiro Mário Caldato Jr _ que produziu Fome de Tudo e, antes, notabilizou-se pelos trabalhos com o Beastie Boys _ continuará, sendo que ele se encarregará apenas da mixagem. A produção ficou com Alexandre Kassin e Berna Ceppas.
_ A gente tá trazendo todas essas influências que trazemos do cinema, dos outros projetos. Mas ao contrário do Fome, que foi um disco de banda, quase sem overdubs, esse vai ficar mais na música mesmo, com muito recheio _ adianta Pupilo. Será um disco que remeterá às raízes do grupo, em que Pupilo compara à pegada de Afrociberdelia (1996), o segundo trabalho da NZ e sucessor de Da Lama ao Caos (1994).
_ Esse ano vai ser o da Nação. A prioridade agora é a banda _ reforça Pupilo.
Essa é a terceira vez que Pupilo vem a cidade em menos de um ano (em 2013, acompanhou Céu para um show na Célula e Marisa Monte nas duas noites no Costão do Santinho), mas parece que foi em Santo Antônio que ele se convenceu de que Floripa terá que ser uma das escalas deste reagrupamento da Nação Zumbi.
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