Memória

Colônia Caxias: obras de nivelamento na Rua Silveira Martins, atual Avenida Júlio de Castilhos, entre as Ruas Andrade Neves e Vereador Mário Pezzi. Foto: coleção família Darsie, Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, divulgação

As comemorações dos 140 anos de imigração italiana na Serra ganham destaque a partir desta quarta-feira no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), em Porto Alegre. É quando abre a exposição Recordações: Imagens e Reminiscências da Imigração Italiana no RS.

Estarão disponíveis ao público as 67 imagens do raro álbum fotográfico Recordação das Colonias Conde D’Eu, Dona Isabel, Alfredo Chaves, Antonio Prado e Caxias, que retratam o início da colonização na Região Nordeste do Rio Grande do Sul.

Com provável autoria de Francesco Müscani e Giovanni Battista Serafini e compreendendo o período entre 1885 e 1900, o álbum foi doado ao Arquivo Histórico Municipal de Caxias por Siena Maria Calcagnotto Darsie e a filha Luiza Helena Darsie, em 1977.

As imagens destacam os primórdios de cidades como Caxias, Bento Gonçalves (Colônia Dona Isabel), Veranópolis (Colônia Alfredo Chaves), Garibaldi (Colônia Conde D’ Eu) e Antônio Prado.

Clique nas imagens para ampliar.

Colônia Caxias: um dia de mercado no terreno da futura Praça Dante Alighieri. Foto: coleção família Darsie, Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, divulgação

Colônia Caxias: à direita, o antigo Hotel Vinte de Setembro, junto ao terreno que abrigaria a Praça Dante Alighieri. Foto: coleção família Darsie, Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, divulgação

Colônia Caxias: o Hotel Onione, que iniciou suas atividades em 1883 na Rua Silveira Martins, atual Av. Júlio de Castilhos. Foto: coleção família Darsie, Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, divulgação

Colônia Alfredo Chaves (atual Veranópolis): solenidade de inauguração da nova Igreja São Luiz Gonzaga, construída pelo Governo Imperial em 1888. Foto: coleção família Darsie, Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, divulgação

Colônia Caxias: o moinho e a serraria de Giuseppe Vaccari, localizada na 9ª Légua – Travessão Aliança. Foto: coleção família Darsie, Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, divulgação 

Aniversário

A doação de todo esse material deu-se em 1977, um ano após a criação do Arquivo Histórico Municipal. Em 2016, o espaço completa 40 anos.

A mostra

O que: Exposição Recordações: Imagens e Reminiscências da Imigração Italiana no RS, com curadoria de Carine Turelly
Onde: Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs). Praça da Alfândega, em Porto Alegre
Quando: abertura nesta quarta-feira, dia 17, às 19h. Visitação pública de 18 de junho a 19 de julho. De terça-feira a domingo, das 10h às 19h. Posteriormente, a mostra estará no Museu Municipal de Caxias do Sul
Quanto: entrada franca

Bento Gonçalves: a sede da antiga Colônia Dona Isabel, com a Igreja Santo Antônio (no alto, à direita) Foto: coleção família Darsie, Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, divulgação 

Veranópolis e Cotiporã: a ponte sobre o Rio Retiro, entre as antigas colônias Alfredo Chaves e Monte Veneto. Foto: coleção família Darsie, Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, divulgação

Barracão dos Imigrantes da Colônia Caxias: local onde os imigrantes aguardavam até seu deslocamento para os lotes. Foto: coleção família Darsie, Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, divulgação

Restauro em 2014

Em 2014, o álbum fotográfico Recordação das Colônias Conde D’Eu, Dona Isabel, Alfredo Chaves, Antonio Prado e Caxias foi totalmente restaurado. O processo deu-se em um laboratório especializado em conservação de acervos fotográficos do Rio de Janeiro.

Todo o trabalho de restauração do álbum foi possível graças a um projeto contemplado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura, apresentado pela Associação dos Amigos da Memória e do Patrimônio Cultural de Caxias do Sul (Moúsai).

Participaram desse projeto de restauração Susana Storchi, Tadiane Tronca e Elenira Prux, do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, e Maria Angelica Graziottin, presidente da Moúsai.

Detalhe da capa do álbum antes do restauro. Foto: Papel Passado, Atelier de Restauração, divulgação

Detalhe da lombada do álbum antes do restauro. Foto: Papel Passado, Atelier de Restauração, divulgação

Detalhe da lombada do álbum após o restauro. Foto: Papel Passado, Atelier de Restauração, divulgação

Detalhe de página do álbum durante o restauro. Foto: Papel Passado, Atelier de Restauração, divulgação

Detalhe de página do álbum após o restauro. Foto: Papel Passado, Atelier de Restauração, divulgação

Detalhe da capa do álbum depois do restauro. Foto: Papel Passado, Atelier de Restauração, divulgação

Características originais

A restauração das fotografias e dos respectivos suportes de papel, sua encadernação e seu acondicionamento restituíram a integridade do álbum, preservando suas características originais.

As imagens também foram digitalizadas, gerando arquivos de conservação em alta qualidade e facilitando o acesso.

Primórdios de Garibaldi: edição realizada com imagens extraídas do álbum “Recordação das Colonias”, identificadas como Zona da Alfândega, na Colônia Conde D’Eu. Foto: coleção família Darsie, Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, divulgação

Panorâmicas

Nas imagens acima e abaixo vemos a edição realizada por Anelise Cavagnolli com imagens das antigas “Colonia Caxias” e “Colonia Conde D’Eu”.

Originalmente, elas foram reveladas e dispostas individualmente no álbum. Contudo, uma vez reunidas em um único documento, as três imagens assumem outro sentido e revelam uma visão panorâmica das antigas colônias. Esse novo documento permite perceber o olhar de seu autor e vislumbrar a paisagem capturada por ele.

Na foto de Caxias do Sul, por exemplo, o fotógrafo registrou a cidade no sentido norte-sul, provavelmente se posicionando onde hoje situa-se a Câmara de Indústria e Comércio (abaixo).

Panorâmica de Caxias: edição de imagens captadas provavelmente de onde hoje situa-se a Câmara de Indústria e Comércio (CIC). Foto: coleção família Darsie, Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, divulgação

Peças podem ser conferidas até o final de fevereiro. Foto: Sayonara Guaresi, divulgação

Até 28 de fevereiro, o Museu Municipal sedia a exposição Relicários de Amor e de Morte, composta por assemblages do historiador e artista plástico Juventino Dal Bó, em parceria com o músico Marcos Vinícios Cruz. 

Trata-se de um processo orientado pela chamada “estética da acumulação”: todo e qualquer tipo de material pode ser incorporado à obra de arte. As composições costumam reunir objetos encontrados no lixo, em sótãos, porões, feiras de antiguidades, depósitos, briques ou nos próprios acervos dos artistas.

Em um suporte, que pode ser uma caixa ou uma velha gaveta, os artistas costumam harmonizar desde recortes de jornal, papeis, cartas manuscritas, fotos antigas, rendas, tecidos, até metais, pedaços de madeira e flores artificiais, numa espécie de junção da pintura com a escultura.

O nome da mostra, inclusive, faz a reflexão de que os momentos de amor e de morte são efêmeros, de que tudo já passou, foi esquecido e hoje encontra-se guardado em algum lugar.

Ou como bem traduziu o músico Nando Reis, “o que você está fazendo? Um relicário imenso desse amor…”

Criações são do artista plástico Juventino Dal Bó. Foto: Sayonara Guaresi, divulgação

Foto: Sayonara Guaresi, divulgação

O Grande Laboratório Artístico de Tarquinio Zambelli e Filhos em 1909: Tarquinio (sentado), Mario Cilo (ao fundo), Annunzia (moldando o busto de Carlos Gomes) e Estácio Zambelli (à direita). Foto: acervo pessoal família Zambelli, divulgação

Pergunte a qualquer pessoa sobre a história da arte sacra produzida em Caxias do Sul desde os primórdios do século 20 e a referência será uma só: o Atelier Zambelli.

Pegando carona em duas datas icônicas – os 10 anos do Memorial Atelier Zambelli, comemorados hoje, e os 100 do lendário “Atelier de Escultura Michelangelo Zambelli & Cia Ltda”, fundado em 1915 e cujos festejos ocorrem no ano que vem –, retomamos parte dessa rica jornada.

A trajetória dos Zambelli tem início com a chegada do imigrante italiano Tarquinio Zambelli à Serra por volta de 1883. Egresso da Escola de Belas Artes de Milão, com amplo conhecimento em pintura, escultura e decoração, o patriarca logo introduziu os cinco filhos – Michelangelo, Mario Cilo, Annunzia, Estácio e Raffaele – no ofício, levando-os para trabalhar no então “Grande Laboratório Artístico de Tarquinio Zambelli e Filhos” (foto acima).

Conforme a professora e historiadora Irma Bufon Zambelli, nora de Estácio e autora do livro A Retrospectiva da Arte ao Longo de um Século, os trabalhos eram executados em madeira, concreto, gesso e diversos outros materiais. As obras baseavam-se em bustos, quadros em alto relevo, imagens sacras, decorações de altares, balaústres e troncos.

Leia mais sobre a trajetória de Estácio Zambelli clicando AQUI.

Os filhos de Tarquinio Zambelli: Annunzia e Michelangelo (atrás), com o pequeno Danilo (filho de Annunzia). À frente, sentados, Mario Cilo (à esquerda) e Estácio Zambelli. Foto: acervo pessoal família Zambelli, divulgação

Participação do Atelier Zambelli durante uma exposição em Santa Maria, em 1914, com Tarquinio Zambelli (à esquerda) e Antonio Motola. Pavilhão reunia ainda peças do Eberle, Moinho Germani, Cantina Pieruccini e trabalhos em madeira dos irmãos Torrezini. Foto: Giácomo Geremia, acervo Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, divulgação

Sobre Michelangelo Zambelli

De todos os filhos de Tarquinio Zambelli, Michelangelo, nascido ainda na Itália, em 1883, foi o que teve atuação mais intensa na cidade e na região de colonização italiana.

Após uma temporada em Buenos Aires, onde participou da decoração do Teatro Colón, o primogênito fundou em 1915 o “Atelier de Escultura Michelangelo Zambelli & Cia Ltda”, localizado na Av. Júlio de Castilhos, 815.

Michelangelo e o irmão Mario Cilo Zambelli, em um registro de 1905, época em que Michelangelo havia retornado da Itália com o diploma da Academia de Breda, em Milão. Foto: acervo pessoal família Zambelli, divulgação

Foto: acervo Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, divulgação

A notoriedade e o reconhecimento foram imediatos: o cuidadoso acabamento artesanal, a pintura à mão e o requinte eram marcas registradas das peças, que passaram a ser obrigatórias na decoração de capelas, igrejas e residências.

Entram aí as estátuas de Nossa Senhora das Dores e Nosso Senhor dos Passos (na Capela do Santo Sepulcro), a imagem de Santa Terezinha (hoje no Museu Municipal), o índio-símbolo do Recreio Guarany e a Estátua da Liberdade (na Praça Dante), sem falar na participação e premiação em várias exposições pelo Estado.

Michelangelo Zambelli e a esposa Adelina Stangherlin Zambelli numa clássica foto de estúdio em 1925. Foto: acervo Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, divulgação

Após a morte de Michelangelo, em 1949, a esposa, Adelina Stangherlin Zambelli, assumiu a direção do negócio, juntamente com o sócio Nilo Tomasi. A produção seguiu até o início dos anos 2000, quando o velho casarão de madeira começou a sofrer com a degradação física.

Confira fotos da fase final do atelier, na Av. Júlio de Castilhos, clicando AQUI.

O acervo hoje

Passado um período de indefinições, entre 2002 e 2004, parte do acervo remanescente foi adquirido pela Festa Nacional da Uva, com suporte técnico e artístico do Departamento de Memória e Patrimônio Cultural, da Secretaria Municipal da Cultura.

Devidamente catalogadas e recuperadas, as cerca de 100 esculturas e os 900 casulos protetores, usados nas reproduções em série, foram levados para o subsolo do Monumento Jesus Terceiro Milênio, nos Pavilhões da Festa da Uva.

Nascia aí o Memorial Atelier Zambelli, espaço que nesta sexta à noite celebra 10 anos – e aguarda por sua visita.

Aniversário de 10 anos: memorial foi inaugurado em dezembro de 2004. Foto: Felipe Nyland

Esculturas e moldes compõem o acervo de aproximadamente mil peças. Foto: Felipe Nyland

Espaço está aberto à vistação pública de terça a domingo. Foto: Felipe Nyland

Programe-se

A solenidade desta sexta-feira (12) ocorre a partir das 20h, com entrada franca. O Memorial Atelier Zambelli também funciona de terça a domingo, das 13h às 17h.

Homenagem

Uma rua no bairro Sagrada Família leva o nome de Tarquinio Zambelli.

Museu está localizado no subsolo do Bispado, ao lado da Catedral. Foto: Luciana Galiotto, divulgação

Após a solenidade de inauguração nesta quinta-feira (23), o Museu Diocesano Dom José Barea estará aberto à visitação pública sempre de quarta a sexta-feira, das 14h às 18h, com entrada franca. Já horários especiais devem ser agendados mediante contato pelo e-mail museudomjosebarea@gmail.com ou pelo fone 3028.3117.

Na inauguração, o bispo da Diocese de Caxias do Sul, Dom Alessandro Ruffinoni, ressaltou o papel do espaço como uma escola de fé.

- O museu será muito útil aos alunos e às novas gerações, que poderão entender como se vivia e celebrava há 80 anos. É uma aula de catequese especial. Para os adultos, é uma aula de fé, em que vemos o valor de tantas coisas que tornaram a nossa Diocese tão importante no Rio Grande do Sul – ressaltou o bispo.

Dom Alessandro Ruffinoni apresentou o novo espaço. Foto: Luciana Galiotto, divulgação

A inauguração do Museu Diocesano Dom José Barea integra as comemorações dos 80 anos da Diocese de Caxias do Sul, surgida em 1934. Localizado no subsolo do bispado, o espaço possui laboratório de restauro técnico, biblioteca, reserva técnica, além de abrigar as exposições temáticas dos sete sacramentos e de acervos da Diocese.

Leia mais sobre o Museu e veja mais fotos clicando AQUI.

Leia mais sobre a trajetória dos bispos de Caxias clicando AQUI.

O mapa de visitação. Foto: reprodução

No espaço é possível apreciar um acervo de documentos, fotos, livros e utensílios religiosos. Foto: Roni Rigon

Indumentária objetos litúrgicos integram o acervo, agora aberto à visitação pública. Foto: Roni Rigon

A abrangência

A Diocese de Caxias do Sul é constituída pelos seguintes municípios: Antônio Prado, Bento Gonçalves, Boa Vista do Sul, Cambará do Sul, Carlos Barbosa, Caxias do Sul,Coronel Pilar, Cotiporã, Fagundes Varela, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Guabiju, Jaquirana, Monte Belo do Sul, Nova Araçá, Nova Bassano, Nova Pádua, Nova Prata, Nova Roma do Sul, Parai, Pinto Bandeira, Protásio Alves, Santa Teresa, São Francisco de Paula, São Jorge, São Marcos, Veranópolis, Vila Flores e Vista Alegre do Prata. Além desses, compreende parte dos municípios de São Valentim do Sul e Imigrante.

Em 26 de maio de 1983, Dom Benedito Zorzi repassou o comando da Diocese a Dom Paulo Moretto, durante solenidade no Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio. Foto: Roberto Scola, banco de dados/Pioneiro

Além de abrigar a história da Diocese de Caxias do Sul desde os primórdios do século passado, o Museu Diocesano Dom José Barea joga luzes sobre a trajetória dos três bispos que antecederam Dom Alessandro Ruffinoni.

Sucessores do pioneiro DOM JOSÉ BAREA, que atuou entre 1936 e 1951, Dom Benedito Zorzi e Dom Paulo Moretto também ganharam espaços temáticos.Zorzi foi o segundo bispo de Caxias, assumindo em 6 de dezembro de 1952, um ano após a morte de Barea. Bastante avançado para a época, ele é lembrado até hoje por não compactuar com os militares na época do Golpe de 1964.

– Ele protegia muito os padres mais avançados, batendo boca nos quartéis, não era aliado à cúpula conservadora. Por isso o povo conservador de Caxias nunca gostou muito do Dom Benedito – recordou o padre Roque Grazziotin em entrevista à jornalista Rosilene Pozza, por ocasião dos 50 anos do Golpe Militar, em 1º de abril.

Logo após assumir, em dezembro de 1952, Dom Benedito Zorzi participou da solenidade de inauguração da loja Brazex, juntamente com o jornalista Nestor Gollo (com o microfone), o prefeito Euclides Triches, o assessor da direção da Metalúrgica Gazola, José Ariodante Mattana (à esquerda, de óculos), e os empresários Otarino Travi, Silvio Gazola, José Gazola e Ottoni Minghelli. Foto: Studio Tomazoni Caxias, acervo pessoal de Jacyra Mattana, divulgação

Dom Benedito Zorzi abençoa as instalações da nova rodoviária de Caxias do Sul, então localizada na esquina das ruas Moreira César e Sinimbu, em 1958. À esquerda, o radialista Vivaldo Vargas de Almeida acompanha a solenidade. Foto: Studio Geremia, acervo Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, divulgação

Dom Benedito Zorzi (E), bispo emérito de Caxias do Sul, celebra missa com o bispo Dom Paulo Moretto (C) na Romaria de Caravaggio em maio de 1983. Foto: Luis Carlos Leite, banco de dados/Pioneiro

Dom Paulo Moretto assume em 1983

No comando da Diocese até 1983, Dom Benedito tornou-se emérito pela aceitação de sua renúncia – atendendo à disposição estabelecida pela igreja com base na idade (75 anos). Em 26 de maio daquele ano, repassou o comando da Diocese a Dom Paulo Moretto, durante solenidade no Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio.

Após a renúncia, em 1983, o religioso desempenhou o cargo de Vigário Episcopal dos Santuários Diocesanos de Caxias do Sul, até falecer, aos 80 anos, em 2 de dezembro de 1988, no Santuário Diocesano de Nossa Senhora de Caravaggio, onde morava.

Reportagens de capa do jornal Pioneiro destacaram a mudança de comando na Diocese (fotos abaixo).

Foto: reprodução

Foto: reprodução

Entre vários momentos de destaque em sua trajetória, Dom Paulo Moretto acompanhou a visita de Dom Hélder Câmara, Arcebispo Emérito de Olinda e Recife, a Caxias do Sul em 9 de outubro de 1986.

Convidado da Feira do Livro daquele ano, Dom Hélder (1909-1999) concedeu uma entrevista coletiva no Bispado, onde condenou o pessimismo sobre a Constituinte e transferiu para a então futura Constituição (1988) a responsabilidade por uma autêntica reforma agrária.

Dom Paulo Moretto e Dom Hélder Câmara durante a coletiva de imprensa realizada no Bispado em 1986. Foto: Roberto Scola, banco de dados/Pioneiro

Dom Paulo Moretto acompanhou Dom Hélder Câmara na visita a Caxias, durante a Feira do Livro de 1986. Foto: Roberto Scola, banco de dados/Pioneiro

Dom Paulo Moretto celebra a missa campal no Santuário de Caravaggio, em 1986. Foto: Maria da Graça, banco de dados/Pioneiro

Dom Paulo Moretto em maio de 1992, quando conduzia a missa campal no Santuário de Caravaggio. Foto: Antonio Santo, banco de dados/Pioneiro

Após 28 anos à frente da Diocese, no dia 6 de junho de 2011 o Papa Bento XVI aceitou o pedido de renúncia de Dom Paulo por limite de idade (75 anos). O comando passou ao italiano Dom Alessandro Ruffinoni, que já atuava como bispo coadjutor de Caxias desde agosto de 2010.

A seção de polimento de talheres e faqueiros em plena atividade, nos anos 1950. Foto: Studio Geremia, divulgação

A Metalúrgica Gazola, Travi Ltda desenvolveu uma linha diversificada de produtos ao longo de sua história. Fundada por José Gazola em 1932, a empresa dedicava-se à produção de componentes para munição de caça. A marca Vulcano, por exemplo, rapidamente conquistou o mercado pela qualidade das espoletas e cartuchos de metal para espingardas.

Quando esse segmento de produtos foi vendido para um investidor paulista, a Gazola passou a dedicar-se ao ramo de utilidades domésticas. Na década de 1950, a marca Elmo simbolizou um elevado conceito em talheres e faqueiros, indo ao encontro da filosofia do grupo: fabricar produtos identificados pela perfeição e excelência. Já em 1974, a Gazola ampliou o parque fabril, condicionado a produzir tesouras e atender a consumidores dos Estados Unidos.

Nas fotos a seguir, detalhes de um ensaio feito pelo Studio Geremia para cartuchos de espingarda, espoletas e ouvidos de aço.

Cartuchos metálicos da marca Vulcano para espingardas de caça, produzidos pela Gazola. Foto: Studio Geremia, divulgação

Espoletas da marca Vulcano, produzidas pela Gazola. Foto: Studio Geremia, divulgação

Ouvidos de aço para espingarda da marca Vulcano, produzidos pela Gazola. Foto: Studio Geremia, divulgação

História mantida em museu

As imagens desta coluna integram o acervo do MUSEU DA METALÚRGICA GAZOLA, instalado em 1994. Com a venda do complexo junto à BR-116, o espaço está sendo recuperado pelos novos proprietários, em parceria com profissionais da área de restauração. Em breve, ele será aberto à visitação pública.

A coleção inclui documentos, certificados, peças publicitárias e itens de armamento. Eles datam da década de 1940, quando a Gazola foi declarada de interesse militar, fornecendo MATERIAL BÉLICO para o Exército Brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial.

Acervo junto ao complexo da antiga fábrica, na BR-116, está sendo catalogado e organizado pelos novos donos. Foto: Jonas Ramos, banco de dados/Pioneiro

Acervo junto aos prédios da BR-116 engloba centenas de fotografias antigas. Foto: Jonas Ramos, banco de dados/Pioneiro

Recentemente, medalhas comemorativas da Copa do Mundo de 1950 foram encontradas em meio ao acervo que está sendo reorganizado em um dos pavilhões da antiga fábrica. Leia mais AQUI.

As informações desta coluna são uma colaboração do repórter fotográfico Roni Rigon.

Prédio foi construído em duas fases, entre 1884 e 1892. Foto: Gabriele Baruffi, divulgação

Um pouco da trajetória de Garibaldi, da comunicação e da imigração italiana na região ganham destaque a partir desta quarta-feira, quando o Museu e Arquivo Histórico do município inauguram a exposição 28 Anos de História.

Trata-se de um apanhado de tudo o que o espaço promoveu nestas quase três décadas de fundação (leia texto abaixo). Entram aí as diversas exposições itinerantes que divulgaram escolas e vinícolas, além de outras atividades desenvolvidas com o Concurso de Objetos Históricos, em 1987.

Além de imagens icônicas de fatos da cidade, crianças, famílias e casamentos, o Museu abriga ainda objetos antigos de comunicação e da antiga casa do imigrante italiano. Atualmente, o acervo conta com um total de 2.729 peças catalogadas e registradas, entre objetos, moedas, discos, documentos e estampas.

A exposição segue até o dia 28 de setembro, com entrada franca.

Acervo destaca objetos, documentos e mobiliário da imigração. Foto: Gabriele Baruffi, divulgação

Quadros de formaturas, imagens sacras e artigos religiosos compõem o acervo. Foto: Gabriele Baruffi, divulgação

Acervo é aberto à visitação diariamente. Foto: Gabriele Baruffi, divulgação

Foto: Gabriele Baruffi, divulgação

O museu

Inaugurado em 1985, o Museu Municipal de Garibaldi está abrigado em um prédio que remete aos primórdios da colonização italiana na região. A construção deu-se em duas fases: o primeiro piso surgiu em 1884; o superior, em1892, época em que o casarão pertencia ao governo italiano e sediava o consulado do país.

A partir de 1918, o imóvel funcionou como hospital, sob a responsabilidade do médico Júlio Motti. Já em 1944, devido à Segunda Guerra Mundial e à perseguição aos descendentes italianos, o prédio foi invadido, e todos os móveis, livros e documentos foram queimados.

A transformação em espaço cultural começou a desenhar-se em 1963, quando o governo italiano fez a doação do local ao município, com a condição de que ele passasse a funcionar com esse fim.

Foto: Gabriele Baruffi, divulgação

Programe-se

O que: exposição 28 Anos de História
Quando: abertura nesta quarta, às 18h, com visitação pública até 28 de setembro. Terça a sexta, das 8h ás 12h e das 13h às 18h. Sábados e domingos: 9h às 12h e 13h às 17h
Onde: Museu e Arquivo Histórico Municipal (Rua Dr. Carlos Barbosa, 77 – Garibaldi). Fone: (54) 3462.8118
Quanto: entrada franca

Foto: Gabriele Baruffi, divulgação

Foto: Gabriele Baruffi, divulgação

Foto: Gabriele Baruffi, divulgação