O presidente da Casan, Walmor de Luca, termina o ano no centro de uma nova polêmica sobre a falta de água e um esquema de racionamento rigoroso no norte da Ilha de Santa Catarina. Enviou pequeno comentário ao blog sobre a necessidade de um %22repensar%22 da população e autoridades de Florianópolis. A íntegra:
Na ponta do lápis, viagens e turismo formam a maior indústria do mundo. Ela deve movimentar, este ano, no agregado de negócios diretos e indiretos, nada menos de US$ 10 trilhões. (Fonte: World Travel and Tourism Council). Hoje, mais do que nunca, estou convencido de que nos próximos 10 anos, a indústria do turismo será aquela que mais irá se desenvolver em nossa cidade. E poderá ser um caminho rápido para amenizar — ou não — vários dos problemas econômicos e sociais de Florianópolis. Compete a nós, todos, sociedade organizada, decidir o quê e como fazer. E fazer a escolha rapidamente, antes que seja tarde demais. A preocupação é procedente. Existe um paradoxo olímpico entre os benefícios que o turismo de qualidade poderá significar para a qualidade de vida, e o quê, de fato vem ocorrendo em termos de transtornos para a população local. Ao analisar os recentes dados elaborados pela Unicamp, sobre o impacto da indústria de viagens e turismo (%22Estudo da competitividade do turismo brasileiro%22), revelando que Brasil, Argentina e Indonésia ainda crescem abaixo da média, fiquei mais sensibilizado ainda com a causa. Não há mais tempo a perder. A primeira atitude nesse sentido é apoiar os movimentos hoje existentes, nas esferas pública e privada, que lutam por alterar a percepção até agora vigente. Precisamos dar um basta ao turismo predatório. É inadmissível, só para citar um caso, que 20 ou 30 %22turistas%22 permaneçam 20 ou 30 dias amontoados em uma casa em que normalmente vivem quatro ou cinco pessoas de uma mesma família, e contam apenas com uma caixa de água com 500 litros. (cada pessoa consome, em média, 200 litros de água por dia!). Este é tipicamente o %22turista inconseqüente%22, mas há muitos outros maus exemplos que a desenfreada corrida em direção à Ilha de Santa Catarina vem causando. Mãos à obra. Melhorias como infra-estrutura, educação e desenvolvimento sustentável do turismo só podem ser empregadas efetivamente quando os setores público e privado trabalham como parceiro.%22
Postado por Moacir Pereira