Quando Florianópolis ganhou o primeiro shopping há mais de 15 anos, alguns dos foguetes vinham do setor cultural. Depois de décadas de monopólio, os cinemas da Ilha teriam uma concorrência. As salas melhoraram, mas a programação manteve-se repetitiva. Vieram depois mais dois shoppings e a novas esperanças de que a cidade tivesse, finalmente, programação eclética de filmes. São mais de dez salas confortáveis, com equipamentos modernos, um sistema eficiente de ingressos e adequada infra-estrutura. Continua, contudo, a irritante repetição dos filmes em exibição.
Há mais de 20 anos, a única alternativa para os amantes da sétima arte foi o CIC, mantido as duras penas pelo heróico trabalho do abnegado Gilberto Gerlach. Mas nem esta opção existe mais. Uma reforma que se arrasta há meses mantém o CIC em obras, depois de ser entregue a um empreendimento comercial que nenhuma identificação tinha com a cultura catarinense. Junto com o Cinema do CIC, o próprio Teatro Ademir Rosa “fechado para balanço”. Sem aviso sobre a reabertura. Lá dentro, a Academia Catarinense de Letras, como filha rejeitada das autoridades estaduais, mesmo contemplada com proteção exclusiva na Constituição de Santa Catarina. O acesso agora é pelos fundos, através de uma improvisada trilha de madeira.
A Biblioteca Pública do Estado completa 156 anos de criação nesta segunda-feira, decisão histórica do presidente Coutinho. Está lá recebendo remendos, sem que nestes últimos anos algum governante tenha tomado providência concreta de proteção do magnífico acervo, de incentivo aos servidores, de conforto aos visitantes e de modernização das instalações. A Reforma
Incluída no roteiro de cruzeiros marítimos e dos pacotes turísticos do Egito, Alexandria continua sendo atração cultural por sua excepcional história. E o que procuram os turistas? Dados, fotos, estatísticas sobre a Biblioteca de Alexandria, a maior e mais completa do mundo antigo, destruída pelo fogo. E percorrem atual, a arquitetura mais ousada da região, erguida e enriquecida pela Unesco, por seu valor histórico.
Quem visita Éfeso, na Turquia, tem indicações culturais excepcionais para dar um mergulho na historia da Ásia Menor e do cristianismo. Lá está o teatro romano para 25 mil espectadores onde o apóstolo Paulo foi impedido de pregar. E,por isso, escreveu as Cartas aos Efésios, integrantes do Novo Testamento. As ruínas mais vistosas e altas da cidade antiga são, contudo, da Biblioteca de Celso, com relatos impressionantes sobre os documentos que a projetaram no mundo durante séculos.
Ir a Boston e não visitara Universidade de Harvard é pecado maior do que ir a Roma e não entrar na Capela Cistina. Mesmo que seja um percurso de algumas horas pelo esplêndido campus, integrado na cidade, com destaques inesquecíveis. No centro coberto de árvores frondosas e muitas flores, há três destaques: o busto do fundador John Harvard, o alojamento estudantil e a famosa Biblioteca. Detalhe: as residências abraçam a biblioteca, a quarta maior do mundo com mais 150 milhões de títulos.
Aqui, agora, querem destruir os pisos centrais de concreto do prédio, abrindo um vão central quando a Biblioteca Pública precisa de tecnologia on line para ser acessada na Internet, segurança do patrimônio, incentivo aos servidores, conforto aos usuários e atualização do acervo.
Reforma total? Para a população ou para as empreiteiras?