O Masterplan do Sapiens Park, no norte da Ilha, prevê empreendimentos científicos, técnicos, educativos, econômicos, culturais e esportivos, para se constituir no mais diversificado parque temático do Estado. Pelo menos duas obras conflitam com o espírito e o objetivo do magno empreendimento: o kartódromo, construído com recursos públicos e gerenciado pela Federação de Automobilismo de Santa Catarina; e a Arena Multiuso, ora construção junto à SC-401, ao lado do trevo de Canasvieiras.
Florianópolis já tinha uma área para competições de kart, implantada pela iniciativa privada, também, no norte da Ilha. O poder público investiu milhões de reais no novo complexo para realizar o “Desafio das Estrelas”. É promovido no mês de dezembro, quando a temporada já começou. Portanto, não quebra a sazonalidade.
A seu lado está lá implantado o esqueleto do que deverá ser a Arena Multiuso. O projeto compreende um estádio coberto com arquibancada de concreto e capacidade para 5 mil espectadores. Tem um palco que, usado em shows, ampliaria a lotação para 8 mil assistentes. Primeiro problema. O estacionamento ao lado tem capacidade para apenas 1.100 veículos. Há outra área do Sapiens para outros 1.000 veículos, mas distante 2 quilômetros. Segundo hoteleiros e empresários do trade turístico ali não será possível realizar feiras e convenções, pelas características da obra.
O projeto nada tem a ver com o Sapiens Park, que cedeu a área à Prefeitura, a pedido de Luiz Henrique e Dário Berger. A Prefeitura terá que pagar 3 milhões e 600 mil reais em obras de infra-estrutura. Até agora, nada!. O projeto elaborado pela Prefeitura, depois que Dário Berger e o secretário regional Valter Galina visitaram a Arena de Jaraguá do Sul. Os dois são idênticos na concepção, com algumas variáveis.
A Arena de Florianópolis está com as obras paradas há mais de quatro meses. Financiamento de 7 milhões de Caixa Econômica Federal pode ser cancelado. A Caixa vetou a licitação da Secretaria Regional.
Mudanças
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis-Santa Catarina, João Eduardo Moritz, detonou o projeto. “Os empresários queriam um centro de convenções e de eventos culturais e artísticos, com espaço para feiras, e um anexo para esportes.” Já o ex-presidente da Associação Empresarial, Dilvo Tirloni, diz que o setor não foi ouvido e defende a implosão do que já foi construído e a edificação de novo projeto. A Prefeitura e o governo fizeram tudo ao contrário.
O Masterplan destaca que o Sapiens Park terá Jardim Botânico, Praça Temática, Museu e Espaços Tecnológicos, Lagos e Parques Naturais. E previa: “Arena Multiuso de cultura e de eventos”. Estava dentro do espírito do Park, voltado para pesquisas, ciência, tecnologia, meio ambiente e educação. A Arena em construção tem outro conceito. Os técnicos do Sapiens Park defendem uma mudança radical no projeto.
O secretário Cesar Souza Júnior está convencido de que o projeto em construção é inviável. Pela concepção e pela carência de recursos. Foram aplicados 4 milhões de reais. O custo agora passou para 28 milhões. Deveria estar concluído em maio deste ano. Pelo ritmo, não ficará pronto nem em 2012.
Inserido numa magnífica área com mais de 4 milhões de metros quadrados, o Sapiens Park ocupará 11% do total em construções.
A área de turismo, com Arena de cultura e eventos, objetivava dinamizar o setor hoteleiro e todo o complexo turístico instalado o norte da Ilha de Santa Catarina durante todo o ano.
A Arena Multiuso conflita com o Materplan, é cópia de Jaraguá do Sul, está sendo edificada sobre o acostamento da SC-401, não terá parque de estacionamento compatível, não tem recursos no orçamento e não atende as reivindicações do trade turístico. Vão planejar assim lá em Cacha Prego! Com todo respeito aos baianos.