Fernando Henrique e Aécio Neves tentam segurar Raimundo Colombo, prometendo gestos concretos na direção da fusão. Como as decisões entre os tucanos costumam se arrastar por meses, os liberais estudam a via mais concreta, no caso o PSD.
No meio de tanta nebulosidade surgem outras questões jurídicas de maior complexidade. Os parlamentares do DEM não sabem sequer qual o prazo para assinatura da ata de fundação do PSD, ato jurídico que poderá representar habeas corpus preventivo contra retaliações do Democratas. Há quem sustente que até o dia 15 de maio os detentores de mandato poderão se filiar ao novo partido e assim estariam blindados de eventuais pedidos de cassação do mandato por infidelidade partidária. A lei garante a migração com a fundação de um novo partido, brecha abraçada pelo prefeito Gilberto Kassab para montar o seu projeto político.
Há interpretações duvidosas sobre o futuro da nova legenda. Não terá, por exemplo, tempo de TV nas eleições de 2012. Precisará, assim, de assegurar antecipadamente algum acordo com os atuais aliados de Colombo e do DEM para montar projetos viáveis nos principais municípios. O tempo seria garantido por partidos aliados.
A bancada estadual do DEM esteve reunida várias vezes esta semana para tratar do futuro partidário. Está na expectativa de um encontro com Raimundo Colombo neste fim de semana para decidir sobre o futuro. Há sinais de que a deliberação será coletiva.
Ninguém conversou ainda, também, sobre a forma de operar esta delicada decisão. Neste fim de semana Colombo deverá tratar da nova legenda, do anúncio de saída do DEM e de filiação no novo partido. E de que maneira estes fatos políticos irão acontecer aqui no Estado.