Do jornalista Homero Gastaldi Buzzi, via e-mail:
“Lendo Vossa coluna d’hoje (21) INVASÕES ILEGAIS E POLÍTICAS, ocorreu-me que na Terra Indígena de Ibirama – no município de José Boiteux, vale do rio Hercílio(ou Itajaí do Norte) há xóklengs (botocudos) do clã Laklaño; os seus ‘primos’ kaingangues – que vieram pralí, para o então (1917) Posto Indígena Duque de Caxias, trazidos pelo pacificador dos botocudos, o tenente do extinto SPI, Eduardo de Lima e Silva Hoerahn, como polícia indígena; mamelucos descendentes de índias xóklengs e kaingangues com brancos foragidos da Lei desde 1930, com colonos vizinhos e com funcionários do extinto SPI e da Funai; e caboclos foragidos da Guerra do Contestado, conforme constatou in loco o antropólogo que mais estudou tais indígenas, o saudoso Sílvio Coelho; além de guaranis provenientes do Paraguai e do Rio Grande do Sul desde 1940, o que tornou-se numa barafunda interminável. A área índia original é de 14 mil hectares, doada pela colonizadora Hansa Hamonnia(Sellin/Odebrecht) e certificada pelo governo Getúlio Vargas. A expansão da reserva índia para 34 mil hectares – uma balela improvável antropológica e históricamente, assinada pelo então ministro Thomás Bastos, servirá apenas aos madeireiros que sempre exploraram esta área, e aproximarão os índios de reservas florestais de sassafrás e dos últimos pinheirais de araucárias remanescentes. Outra disputa é em definir os limites da área de segurança da Barragem Norte e aquela destinada à comunidade. Os indios reivindicam 724 hectares como parte de convênio de 1981 entre o DNOS e a Funai, enquanto aguardam regularização fundiária há mais de trinta anos. O Deinfra responde que a parte reclamada corresponde à área de segurança da barragem, já que muitas vezes os índios vandalisaram a barragem como modo de pressão reivindicatória. Uma comissão formada pela Secretaria do Patrimônio da União, Deinfra e Funai, estuda o caso. Enquanto isto os colonos afetados gastam R$ 600 mil com advogados e índios vindos ninguém sabe de onde – nem eles próprios(!) trancam estradas, impedem obras, e afugentam colonos regularizados desde 1920 da região, usando criancinhas e velhas como escudo, ajudados por Ongs e o mau caratismo e a dissimulação de defensores das causas humanitárias perdidas. Todos os grupos alí residentes já estão aculturados – nem a língua Jê(tapuia/ñengatú) falam mais. E a qualquer hora, de supino, assim, do dia pra noite, poderemos ter reconhecida esta grande farsa em pról dos madeireiros de sempre, para perda da sociedade catarinense e prejuízo dos descendentes dos colonizadores de tais áreas em Itaiópolis, Dr. Pedrinho, José Boiteux e Vitor Meireles. Como dizem o Mané e o Fritz alí da esquina:” Se bobear os botocudos logo estarão reivindicando Blumenau pra venderem pro setor imobiliário”.