
Senador José Serra em passagem por Santa Catarina. Foto: Felipe Carneiro / Agência RBS
Durante sua passagem por Santa Catarina, o senador José Serra (PSDB) foi muito cauteloso em relação ao processo de impeachment da presidente Dilma, mas crítico sobre a crise econômica. Respondeu a algumas questões:
O senhor consegue ver uma saída para a crise?
Senador - Se você perguntar o que fazer com a economia eu poderia indicar caminhos. Se quiser saber sobre corrupção, moral, é levar a Operação Lava-Jato até sua conclusão. O problema é que há uma soma de problemas na política, na moral e na economia muito complicada. Estamos diante da maior encruzilhada da história moderna brasileira.
Na economia, o ajuste fiscal é o caminho?
Senador – Não é só o ajuste fiscal. O governo precisa parar de errar. Por exemplo, o drama dos juros. Tivemos um aumento de juros na semana passada totalmente despropositado. Vai custar em despesa pública por ano 15 bilhões de reais. Você só aumenta juros reais quando a economia está muito aquecida, pegando fogo, com inflação de demanda. O cenário é o contrário: este ano vamos ter um milhão e duzentos mil empregos destruídos, empresas fechadas, famílias endividadas. O governo está perdido. Este ajuste fiscal é irrealista. Fixaram metas que jamais seriam atingidas. E eles botam a culpa no Congresso. O que o Congresso atrapalhou foi 20% do ajuste. 80% é culpa deles.
Na sua avaliação, o melhor para o Brasil é a renúncia, a cassação ou a permanência de Dilma na presidência?
Senador – A Dilma não vai renunciar. Uma eventual cassação vai depender de investigações que estão sendo feitas na Justiça Eleitoral e no Tribunal de Contas. Na Democracia, você não tira um presidente porque ele é ruim.Tem que tem motivos de falta de decoro, comportamento, etc.