
Governador Raimundo Colombo (PSD) entrega imagem de Anita Garibaldi à presidente Dilma Rousseff durante inauguração da Ponte de Laguna (15). Foto: Diorgenes Pandini / Agência RBS
Até os correligionários e aliados de Raimundo Colombo consideraram desconcertantes os elogios feitos à Dilma Rousseff na inauguração da Ponte Anita Garibaldi. O gesto de gratidão seria até justo e elogiável. Mas a comparação com a “heroína dos dois mundos” provocou reações e críticas pelo exagero. Afinal, Dilma foi rejeitada nas eleições por mais de dois terços dos eleitores catarinenses e seu governo tem aprovação de apenas um dígito. Além disso, e as outras promessas? O aeroporto Hercílio Luz está parado há cinco anos, a duplicação da BR-470 não tem um metro de asfalto, a BR-280 idem, a BR-282 coberta de buracos no Oeste. E por aí vai. Nos bastidores, defensores de Colombo justificam. Dizem que o futuro do Estado depende dos recursos federais. No primeiro mandato, Dilma viabilizou a reeleição de Colombo com empréstimos de 10 bilhões. E se Dilma sinalizar qualquer corte hoje, o governo Colombo despenca. Não pode prescindir dos empréstimos federais. Além disso, pelo perfil conciliador, o governador tem “teflon”. Assim, a bajulação presidencial não lhe traria prejuízos políticos. Outra alegação seria de ordem estratégica. Na eleição passada, quem liquidou a candidatura Cláudio Vignatti no PT foi o grupo de Ideli Salvati. Mas quem a sepultou foi Dilma Rousseff com os rasgados elogios a Colombo. Agora, o governador estaria neutralizando oposição de petistas radicais à sua gestão e enfraquecendo lideranças estaduais para campanha majoritária de 2018. Jogo de alto risco, sobretudo, pela crise que joga o governo Dilma no fundo do poço, corrupção que nunca acaba, e de futuro imprevisível.