
TV Globo, reprodução
O que a nudez de Reynaldo Gianecchini e a de Rodrigo Lombardi (abaixo), em cenas da recém-acabada Verdades Secretas, têm em comum (e nem estou me referindo aos derrières perfeitos)?

TV Globo, reprodução
Ambas integram um “modelo ideal” de homem bonito, de acordo com a pesquisa da professora da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB) Ellis Regina Araújo, cujo resultado foi publicado no livro O corpo nu e as representações sociais do masculino (Ed. Annablume, 218 págs., R$ 56), lançado na semana passada.
Entre 1997 e 2005, ela analisou as imagens que estamparam as capas das revistas G Magazine e Sex Boys, com interesse nas representações sociais que eram mostradas nessas fotografias voltadas ao público gay. Realizou, também, 88 entrevistas com leitores.
Ellis descobriu que o homem considerado – e “vendido” – bonito é aquele moreno, bronzeado, magro, musculoso, jovem e depilado.
– Essa é a imagem estetizada, numa perspectiva de beleza mais clássica e simétrica. As representações sociais mostram os músculos e o pênis como elementos fundamentais – explica Ellis, destacando que homens negros e de pele clara praticamente inexistem nessas publicações, mesma proporção com que são declaradamente menos admirados pelo público.
A pesquisa serve, também, para desmistificar.
– É um mito dizer que só há um padrão de beleza associado à mulher. No escopo, vemos que existe um padrão construído por meio de imagens, que ajuda na formação de uma identidade gay – diz.