Eu tenho um arrependimento sobre o meu casamento. Felizmente não é ter casado com o homem errado (aleluia!), mas ter usado flores de tecido no cabelo.

As minhas flores eram um charme, admito. Usei em volta de um coque nem muito baixo e nem muito alto feito pelo Marquinhos. O véu foi preso abaixo do coque.

(Um parênteses: dei muita sorte de encontrar, na saída para a igreja, uma das bandas preferidas do marido, né?)
Não me entendam mal, eu curto as flores. Mas usando uma linguagem da moda, elas não me representam. Acho lindas em outras noivas, mas nunca gostei em mim e também nunca sonhei em usar.Eu sempre sonhei em usar algo assim.

Qualquer coisa com trança me representa.

Broches e passadores em estilo vintage são a minha cara.

Fiozinhos soltos, meio bagunçadinhos. gritam o meu nome.

Mesmo tendo cabeça de jacaré, tiaras não poderiam ser mais Gabrieli.
Por que eu não usei o que sempre amei? Não sei bem. Na época de definir o penteado e a maquiagem, cerca de um mês antes do casamento, eu estava cansada de ter que tomar decisões (sim, mesmo sendo capricorniana). Me lembro de ter visto as flores de tecido no atelier da Solaine Piccoli e ter me apaixonado por elas. Gostei e nem quis pensar em ver mais modelos, apesar de terem me oferecido. Exausta, nem recordei que existiam outras opções além das flores de tecido. O pessoal do atelier nem se preocupou em me mostrar outras coisas, afinal eu parecia bem feliz agarrada nas florzinhas. Mal sabiam as gurias que eu só queria não ter que decidir mais nada naquele dia.
Justiça seja feita: eu gostei da segunda versão do meu cabelo, a que usei na festa, com as flores (são as mesmas).

Na festa eu mudei o cabelo, coloquei uma alça no vestido e troquei a faixa branca da cintura por uma preta.
Por causa desse episódio das flores que eu puxo a orelha das minhas amigas que estão noivas quando começam a partir para o “escolhe qualquer coisa”, “pega qualquer um”, “vou mandar minha mãe escolher”. Aceite meu conselho: se estiver cansada, sem paciência para escolher a flor, a toalha, o sapato, vai para casa. Descansa, toma um chazinho e marca de encontrar o profissional em outro dia. Se uma das partes mais bacanas de organizar o casamento é se perder em decisões entre coisas boas, não faz sentido transformar este momento em algo ruim.
Imagens: Jorge Scherer
Pessoas amadas que deixaram recados