Vou passar meu primeiro sábado de folga em 7 anos de sapato novo. Lembram da história da Musa, minha sapatilha acabada, velhinha, desgatada e prestes a se aposentar? Pois por obra de um monte de gente querida que mexeu um pauzinho aqui e outro ali, agora ela tem uma irmã que só não é gêmea porque tem cheirinho de nova, rigidez de uma sapatilha nova e cor de uma nova. Mas fora isso, é minha Musa 2.0, idêntica à minha preferida.
Recém saindo da caixa, novinha, brilhando!
Pra quem perdeu a história e ficou com preguiça de ler o outro post inteiro contando a tristeza do sapato que estava morrendo, faço um resumo (é sexta, eu sei que a preguiça é soda). Comprei uma sapatilha como a da foto acima na Arezzo há uns dois anos e passei boa parte desse tempo com ela no pé. Gostei de como se ajustou, gostei do efeito que o painel transparente dá na perna (deixa mais longilínea). Só que mudaram as estações e tudo mudou. Vieram outras coleções, novos modelos e eu nunca mais encontrei, nem em lojas em nem em outlets, o mesmo sapato para comprar de novo. Fiz o apelo à marca aqui no blog querendo saber se não havia um “céu das sapatilhas”, um lugar onde todas aquelas que não foram vendidas descansam em paz. Vai que uma dessas que eu queria aguardava a ressurreição.
Depois do post, várias meninas que já passaram pela tristeza de ver um sapato amado perder a vida, se mobilizaram. Teve menina que ligou para amiga que é gerente de Arezzo. Teve outra que foi numa Arezzo e mostrou meu post no celular para a vendedora (sério, muito amor, gente). E mais uma galera marcou a foto da minha sapatilha ralada no Instagram pedindo para a Arezzo me dar uma nova. Eu só queria mesmo o endereço de um lugar que vendesse sapatos de coleções passadas para comprar uma nova Musa (ao contrário do que disseram alguns piadistas, apesar do meu salário não ser o mesmo da Kim Kardashian, ainda rola uma grana por mês para comprar sapatos novos). A mobilização da galera, no entanto, foi a parte mais divertida dessa história.
Com tanta gente falando do assunto, a Arezzo soube rapidinho do caso. Lá mesmo no Instagram, representantes da marca me disseram que havia luz no fim do túnel. Meu mimimi chegou aos ouvidos até da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados, que mandou e-mail dizendo que tinha repassado meu apelo para a marca. E eis que no comecinho dessa semana recebo uma ligação da Arezzo. Queriam saber meu endereço para mandar uma gêmea da Musa. A Marione, que me ligou, disse que não mandaram na hora porque o exato modelo que eu queria comprar realmente não exisita mais. Humm, então de onde eles tiraram uma nova sapatilha?
ELES MANDARAM FAZER!
(Pausa para vocês imaginarem o meu quase demaio quando a menina me disse isso ao telefone.)
E eis que ontem de noite ela chegou aqui, numa caixinha lacrada, via Sedex. A empresa resgatou referências da coleção de onde saiu a minha velha para produzir uma idêntica.
Sou eu! Sou eu!
Ai, que ansiedade!
Aaaaaaaah! O bico preto de novo, não mais o meu quase marrom devido a usos e abusos sem fim da pobre sapatilha!
Painel transparente novinho, novinho.
Óbvio que uma rolar uma comparação entre Musa original e Musa 2.0.
“Ô, mãe, essa aí tem cheiro diferente”.
“Sim, tem cheiro de sapato novo, Dunga! Não vamos seguir nesse assunto, por favor.”
Eis que tenho uma nova Musa, graças a todas as meninas queridas que se mobilizaram para a história ir adiante, e à Arezzo, que me deu a sapatilha de presente sem me deixar pagar por ela. Jamais iria imaginar um desfecho tão incrível para um desabafo sobre sapatos que a gente ama e como é chato quando começam a se deteriorar e temos que dar adeus. Obrigada, obrigada, obrigada aos envolvidos. Se alguém de pé 36 quiser pedir emprestado, o mínimo que eu posso fazer é ceder!
Agora que a semana de haute couture de Paris renovou a permanência das tranparências por mais uma temporada (inclusive nos sapatos), estou apenas torcendo por coleções de inverno cheias de modelinhos semelhantes à Musa.
“Ainda bem que não uso sapatos. Quatro por vez iria sair bem caro.”
Pessoas amadas que deixaram recados