Marielise Ferreira/marielise.ferreira@zerohora.com.br
A chuva não adianta mais para recuperar a safra frustrada e as perdas bilionárias na economia gaúcha. Mas a perspectiva de precipitações regulares e bem distribuídas até a primavera anima o campo — e exige cautela. Especialistas alertam que a redenção para os problemas no verão não deve ocorrer completamente no inverno.
— Não se pode querer compensar tudo no ciclo de inverno. É preciso manter o planejamento de rotatividade e prazos para plantio — observa Alencar Rugeri, engenheiro agrônomo da Emater.
A corrida por informações sobre novas culturas já foi deflagrada. A linhaça e a canola surgem como alternativas ao trigo em algumas
regiões. Entre os agricultores do Noroeste, uma das regiões mais castigadas pela seca, a maior preocupação é com a cobertura de solo, o que indica um aumento no cultivo de aveia.
Antes da chuva, porém, a preocupação é que o frio provoque outro revés na safra de verão. Segundo a Emater, as baixas temperaturas previstas para os próximos dias podem prejudicar as lavouras remanescentes de milho e soja. Rugeri destaca que a variação extrema de temperatura é um risco para a planta.
O consultor Jorge Vargas observa que o objetivo deve ser reter o máximo de água no solo para tentar evitar perdas maiores na safra de verão. Se depender do clima, há esperança de sobra. Além da chuva mais frequente a partir de abril, a previsão é de volumes considerados bons até mesmo na primavera, quando começa a safra de verão.
— Tudo dependerá de como o solo vai absorver a água, mas se a primavera for mesmo chuvosa, há boas perspectivas de safras melhores — salienta Julio Renato Marques, professor da Faculdade de Meteorologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
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Por Deise Froelich