Desde o decreto de emergência em 12 de janeiro deste ano, pouco mudou no cenário formado pela seca em Porto Vera Cruz. Em abril, com o prolongamento da escassez de chuva, o decreto foi renovado por mais 60 dias.
Com base na análise de dados das estações oficiais do Inmet, a meteorologista da RBS Estael Sias destaca que é possível notar a forte influência do Fenômeno Climático La Nina desde os meses da primavera de 2011 no Rio Grande do Sul. Apesar de o fenômeno estar praticamente encerrado, algumas áreas do Estado ainda sofrem com o déficit de chuva, que pode completar seis meses.
As maiores perdas em Porto Vera Cruz são na produção rural, base da economia do município. Um laudo técnico – elaborado pelo Conselho Municipal da Defesa Civil, Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, e a EMATER-ASCAR de Porto Vera Cruz – mostra que entre dezembro de 2011 e abril deste ano significativas perdas se acumularam nas lavouras do município: 46% de milho, 50% de milho safrinha, 50% de citros, 20% de gado leiteiro, 20% de gado de corte, 25% de fumo, 20% de mandioca, 40% de cana de açúcar, 50% de olericultura 40% de silvicultura.
A maior perda foi registrada no cultivo da soja, chegando a 90%, devido ao estresse hídrico no período de desenvolvimento vegetativo, florescimento e enchimento do grão, explicam os técnicos do Conselho e das entidades participantes do levantamento.
Água para quem precisa
O carregamento de água é uma das ações emergenciais para auxiliar às famílias atingidas pela seca. Por meio das Secretarias Municipais de Obras e Agricultura, desde o início do ano, já foram transportadas pelo menos
500 cargas de água. Para tanto, um caminhão caçamba foi transformado em tanque pipa para atender à demanda. Além de água, famílias receberam cestas básicas e caixas de água.
Pelo menos 200 horas de serviços de máquinas em serviços como limpeza de bebedouros já foram realizadas desde o início do Decreto de Emergência. Também passaram a ser prioridade a produção de silagem nas propriedades através da Patrulha Agrícola.
Por Deise Froelich