Roberto Witter / roberto.witter@zerohora.com.br
Uma barbárie chocou o município de Panambi esta semana. Pai e filho foram assassinados enquanto pescavam na margem do Rio Fiúza, que corta a cidade. O pai foi encontrado com o rosto desfigurado. O filho, degolado e com as mãos amarradas para trás.
Carro da vítima foi encontrado carbonizado, próximo de onde estava o corpo de Roberto Weber. Foto: Panambiline.com
Investigação mobiliza todo o efetivo da Polícia Civil
Desde a manhã de terça-feira, quando o corpo de Roberto Weber, 39 anos, foi encontrado, todo o efetivo da Polícia Civil disponível na cidade trabalha no caso. Os detalhes da investigação são mantidos em sigilo, no entanto, a principal hipótese levantada é de latrocínio, já que alguns pertences das vítimas foram levados.
Weber foi encontrado a poucos metros de seu Del Rey, que estava carbonizado.
_ O Beto (como Roberto era conhecido pela família) tinha avisado um amigo que estava indo na segunda-feira pra lá pescar. Esse amigo morava ali perto e disse que iria descer pra tomar chimarrão com ele na terça-feira. Quando chegou lá, encontrou ele morto, com o corpo desfigurado e o carro queimado _ conta Lane Weber, 35 anos, cunhada da vítima.
A partir daí, a Polícia passou a buscar o filho de Roberto, Robertson Guilherme Weber, 17 anos. O corpo do adolescente foi localizado somente na quarta-feira, por volta das 10h da manhã. Robinho, como o adolescente era chamado pela família, foi degolado e estava com as mãos amarradas para trás, a cerca de 600 metros do local onde o pai foi encontrado.
_ O meu padrasto disse que ouviu uma gritaria, mas como é comum o pessoal ir pescar lá embaixo (muitos, sem autorização), não deu bola. Achou que era bagunça normal de acampamento _ lembra Paulo Schmidt, 26 anos, que é enteado do amigo que encontrou o corpo de Roberto.
A violência do crime causou revolta entre os familiares e amigos da família. Para o delegado Carlos Belter, a brutalidade é o que chama mais a atenção.
_ É uma barbárie sem precedentes, por isso mobilizamos todo o efetivo desde que descobrimos o caso. Já temos suspeitos e a investigação está em um ritmo apressado. Ouvimos diversas pessoas na cidade _ afirma Belter.
Até o final da noite de ontem ninguém havia sido preso.
Pescaria era o principal lazer de pai e filho
Vigilante afastado do trabalho devido a problemas de depressão, Roberto Weber tinha a pescaria como terapia. O filho era o principal parceiro nos acampamentos, que também eram feitos na companhia de amigos e outros familiares.
_ Era a única diversão que eles tinham. Não podia ter acontecido isso _ desabafa Marcia Sinnemann, cunhada de Roberto e tia de Robertson.
O adolescente tinha ainda dois irmãos: uma menina de 15 anos e um irmão de 3 anos.
_ A mãe dele achou que ele tinha conseguido fugir dos bandidos, porque não tinha sido encontrado. Quando ela recebeu a notícia de que o Robinho tinha sido encontrado morto, ficou desesperada. Está inconsolável _ conta Marcia.
Na tarde de ontem, dezenas de amigos e familiares estiveram no velório dos dois. O sepultamento ocorreu no início da noite, no Cemitério Municipal de Panambi.
A cronologia do crime
- Na tarde de segunda-feira, Roberto Weber, 39 anos, e o filho Robertson Guilherme Weber, 17 anos, saíram para pescar no Rio Fiúza, na localidade de Linha Pavão, distante 4 km do centro de Panambi. Roberto avisou a um amigo, que mora próximo do local do crime, que estava indo acampar. O amigo prometeu ir até o local na manhã de terça-feira, para conversar e tomar chimarrão.
- Na terça-feira pela manhã, o amigo de Roberto foi até o local e encontrou o corpo dele a cerca de 10 metros do carro, que estava carbonizado.
- Robertson ficou desaparecido até as 10h de quarta-feira, quando o corpo dele foi encontrado por moradores, a 600 metros de onde o pai estava. O adolescente foi degolado e estava com as mãos amarradas para trás.
Por Roberto Witter