
Fazer remakes de novelas de sucesso é arriscado, mas muitas vezes costuma dar certo. O Astro trouxe de volta uma das melhores histórias de Janete Clair e inovou ao inaugurar uma nova faixa de programação: a “novela das 11″.
Confesso que no início fui arrebatada pela história, que prometia grandes emoções. Sem falar no elenco de primeira, com Rodrigo Lombardi, Carolina Ferraz, Regina Duarte, entre outros. Porém, aos poucos, a trama foi se arrastando, colecionando clichês e dando a impressão de que andava em círculos.
Se nos primeiros capítulos o romance de Herculano Quintanilha e Amanda conquistou o público e mostrou muita química entre os protagonistas (principalmente nas cenas mais ousadas), o festival de idas e vindas acabou cansando. Em uma mesma semana a executiva terminava tudo com o bruxo e jurava não querer vê-lo nunca mais, depois corria para os braços dele e jurava amor eterno.

A história de amor que deveria ser o ponto alto da novela acabou ficando repetitiva. Sem falar nas declarações de amor “melosas” demais, com direito a poemas bregas e fora de contexto. Tudo isso até poderia ser romântico há 30 anos, mas não combina com a nossa época.
Por tudo isso, o casal que virou o queridinho dos telespectadores foi Márcio (Thiago Fragoso) e Lili (Alinne Moraes). Ela, por sinal, roubou a cena na pele de uma suburbana. Sem dúvida nenhuma, a “Angelina Jolie da Penha” foi uma das musas da novela.

Falando em musas, Guilhermina Guinle surpreendeu por sua beleza e boa forma. Grande parte das cenas de sexo e nudez foi protagonizada por ela, que com certeza deixou muita menininha morrendo de inveja.

A promessa de ter Regina Duarte na trama deixou muita gente na expectativa. Mas confesso que me decepcionei logo nas primeiras cenas de Clô, a perua mais exagerada e forçada que já apareceu na telinha. Quem aguentava as chantagens emocionais da personagem? Diálogos como “estou dilacerada”, “meu peito vai estourar de tanto sofrimento” e “fui apunhalada pelas costas” davam vontade de mudar de canal. Já li em algumas entrevistas que a intenção era ser exagerado mesmo, que tudo na novela beirava a caricatura… Mas isso não é desculpa para as caras e bocas de Regina, não tive um pingo de paciência com ela e ponto final. Foi antipatia à primeira vista. A dupla com tia Magda (Rosamaria Murtinho) só piorava o que já era ruim.

Quanto aos vilões, Samir Hayalla (Marco Ricca) se mostrava como o mais traiçoeiro, mas não chegou a chamar tanta atenção. Quem atraiu todas as atenções foi Neco, provando de uma vez por todas que Humberto Martins se desvencilhou do velho rotulo de “galã descamisado”. O talento dele pra esse tipo de personagem é indiscutível, tanto que chegávamos, em alguns momentos, a simpatizar com o personagem, por mais bandido que fosse.

O saldo final é que, para mim, O Astro ficou na média. Não foi tão bom quanto eu esperava, mas também não se pode dizer que foi de todo ruim. Poderia ter sido uma novela ainda mais curta, já que boa parte da história foi de enrolação. Apesar de ter ficado no ar pouco mais de três meses, a impressão é de que se passou quase um ano. Para quem entendeu a proposta do remake, pode ter considerado uma obra-prima. Foi uma novela para poucos, já que a linguagem não funcionaria em horários de maior audiência.
Entre erros e acertos, O Astro foi um bom “teste”, já que a partir de agora o horário começará a ser ocupado por remakes, pelo menos uma vez por ano. O próximo é Gabriela, cuja adaptação será feita por Walcyr Carrasco. Mas ainda acho que os seriados funcionam melhor nessa faixa de horário.
E vocês, o que acharam de O Astro?
