Orelhada

Para não restringir o grafite ao Encontro das Ruas, evento paralelo ao Festival de Dança de Joinville, um grupo de artistas partiu para levar a manifestação para longe do oficial. A ideia é ocupar, neste sábado (27) e domingo (28), o muro dos fundos do América Futebol Clube (que não é pequeno) e lá registrar traços, cores e mensagens. Wendel Sena, um dos organizadores da parada, avisa que todo apoio é bem vindo, tipo tinta e impressão de cartazes. Aos grafiteiros interessados em participar, se pede apenas que doe um agasalho em bom estado.

O chapa Domingos Longo, sempre atento aos momentos marcantes do calendário roqueiro, nos lembra de dois discaços que apagam velinhas neste sábado, 27 de julho: o primeiro trabalho do New York Dolls, que completa 40 anos de lançamento e bons fluidos para o punk rock que viria a seguir; e Siamese Dream, álbum do Smashing Pumpkins que marcou o rock alternativo noventista com  guitarras no talo e faz 20 anos agora. Se você não tem na sua discoteca, acione os plays abaixo e ouça o que está perdendo.

Eis aí algo pouco comum na cena teatral joinvilense: espetáculos completos filmados e disponibilizados na grande rede. Foi o que fez o Grupo de Teatro Canto do Povo, que registrou duas peças suas, apresentadas pela primeira vez em 2012 (Azevedo a Todo Vapor e O Mistério de Belém), para a posteridade e, claro, degustação para eventuais contatos futuros.

Ainda vou aguardar a íntegra de Defend Yourself (programado para sair em setembro), o primeiro disco full do Sebadoh em 14 anos, mas I Will, uma das faixas dele, é a música mais bonita deste 2013 até o momento. Todo o meu respeito a Lou Barlow, que, como se não bastasse, ainda toca no Dinosaur Jr.

É possível que você duvide desta informação, visto que o homem ainda saracoteia feito um garoto pelos palcos do planeta e ainda canta uma barbariedade. Mas sim, Mick Jagger faz 70 anos nesta sexta-feira (26) em meio a mais uma turnê dos Rolling Stones, ignorando olimpicamente o tempo, as rugas e o apelo da tríade chinelo/TV/chazinho. Como os Stones têm cadeira cativa aqui no blog, tiro do baú algumas faixas de Wandering Spirit, de 1993, disparado o melhor disco solo do vocalista. Isso pode não dizer muito – afinal, são os raros os momentos musicais relevantes de Jagger sem Keith Richards e cia. -, mas o álbum tem uma pungência que rivaliza com o que ele fez com sua banda nos anos 80 e 90.