
Na boa, não existe banda em Santa Catarina que se pareça com a Babba (ex-Andrey e a Baba do Dragão de Komodo). Apesar das referências à música dodecafônica e da associação aos Titãs da fase com Arnaldo Antunes, a banda de Florianópolis está a milhas da obviedade das atuais produções nacionais. Há alguns dias, o quarteto soltou uma avalanche de exemplos que comprovam isso: três EPs com 19 faixas que exprimem sua singularidade sonora, que, agora em nova fase, explora cada vez mais ritmos e pulsações, mas segue agarrada ao punk e à poesia concretista.
O produtor é o catarinense Carlos Trilha (Legião Urbana, Lobão, Marisa Monte), que amarrou tudo como um grande bloco de imagens vigorosamente musicadas, ainda que distintas entre si. Agora Pós-Tudo é um tanto mais experimental do que Vazio, mais direto e ríspido – e que traz uma regravação da potente Nasça, do homônimo disco de 2008 -, e Mudo Sentido Ambivalente, que se propõe a ser mais pop, ainda que nada “radiofônico”. Até porque é difícil imaginar a atual programação das rádios engolindo sem respirar canções provocadoras como Minto, Com Amor é Mais Caro, Como Deus e Essa Porra!.
Os discos estão em oferta no Soundcloud e para compra no iTunes, mas também pode ser ouvidos integralmente nas janelinhas abaixo. Mas ouça com atenção, porque o espinhoso dicionário de Andrey e sua nova Babba não se presta a decifrações simplórias.