O Tame Impala é uma estrela maior dessa revoada de bandas psicodélicas que começou na década passada. O líder Kevin Parker continua compondo doces e delirantes canções apoiadas nos anos 60, mas em Currents (Universal), terceiro disco do grupo australiano, ele se revela mais um a cair nas garras da música eletrônica. Talvez isso signifique uma debandada de fãs, e talvez conquiste outros tantos, mas a renovação é fato consumado e verte momentos de grande beleza, como na sintomática Yes, I’m Changing e Eventually. Como há beats e teclados em profusão, Parker acaba levado às pistas de dança, o que faz em The Less I Know The Better e Reality in Motion. Claro, sem perder o fator viajante, mas com um acento funk/soul – o groove é explícito em The Moment e Cause I’m a Man.