Orelhada

Coroando um ano esplêndido, no qual lançou o primeiro disco em 18 anos (Sol Invictus) e retornou ao Rock in Rio, o Faith No More soltou um clipe coerente com suas esquisitices. Para Separation Anxiety, a banda usou trechos do filme de terror noir Dementia, de 1955. Vai vendo:

O splatter, uma das ramificações mais agressivas (sonoras e visuais, diga-se) do heavy metal, tem em Joinville um ícone do gênero no Brasil. É a Flesh Grinder, cujo disco de 1999, igualmente icônico, está sendo relançado com pompa pelo selo local Black Hole Productions. Batizado sem rodeios de S.P.L.A.T.T.E.R., ele volta à baila numa edição limitada a 300 cópias, em LP de 12 polegadas, capa dupla e vinil colorido. À track list original foram acrescentadas uma homenagem ao cinema trash/gore nacional e a regravação de Crematorium, da demo-tape de 1994, com participação de Marcelo da Silva, vocalista original da banda. Encomendas pelo e-mail store@blackholeprods.com.

Eduarda Henklein só tem seis anos e não toca em banda nenhuma, mas tem mais de cem vídeos no YouTube em que “debulha” na bateria e inúmeras aparições na TV, até fora do Brasil. Consequência de ser a mais jovem baterista feminina do País, “título” que será oficializado na noite desta quarta (16) à noite no Restaurante Capitão Space. Na cerimônia, o representante do RankBrasil (o livro dos recordes brasileiros), Luciano Cadari, entregará troféu e certificado à pequena joinvilense e fenômeno das baquetas.

A lista de projetos aprovados no Edital de Apoio a Cultura do Simdec não sairá nesta quarta (16), como previsto. A avaliação de propostas para a Coletiva de Artistas não terminou a tempo e a divulgação dos participantes ficou para a semana que vem. É a escorregada final (espera-se) de um ano complicadíssimo para o Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura de Joinville, que justamente nesta quarta-feira celebra uma década como a mais importante ferramenta de incentivo a projetos autorais na área em Joinville. Um 2015 que viu o repasse chegar a inéditos R$ 5,7 milhões, mas patinou em dois fatores que o diretor executivo da Fundação Cultural (FCJ), Guilherme Gassenferth (foto abaixo), enumera:

* A demora na apuração dos valores a serem repassados por parte da Prefeitura, que só saiu em abril. Somado à saída (por questões políticas) da coordenadora Carla dos Santos, a burocracia empurrou a divulgação do edital para a metade de agosto;

* A troca de coordenação. Vindo da Secretaria da Fazenda, Rodrigo Dippold não tinha o perfil para liderar o processo (segundo Guilherme) e, em novembro, acabou substituído por Simone Nascimento Silva. A banca julgadora dos projetos montada por Dippold, que era composta por nomes de fora de Joinville, foi trocada por servidores públicos. A situação inclusive levou Denis Radun a deixar o cargo de vice-presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais.

Mas, de acordo com o diretor, nem tudo deu errado. Cerca de R$ 1,6 milhão já foi captado pelos aprovados no Mecenato municipal – a lista foi divulgada só no dia 8 -, e os problemas de 2015 fizeram a FCJ agilizar o edital do ano que vem. A expectativa é lançá-lo já em março, mas disso depende a definição do repasse da Prefeitura.
O caos também pode levar a mudanças na lei do Simdec após dez anos. Com anuência do Conselho, a ideia é deixá-la mais adequada para os tempos atuais. Algumas medidas citadas por Guilherme é a revisão nos critérios de avaliação, a redução da burocracia o aperto na prestação de contas dos beneficiados com recursos.