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Depois do boom da trilogia Cinquenta Tons de Cinza, de E.L. James, as prateleiras e vitrines das livrarias encheram-se de diversos outros títulos da chamada “literatura erótica”, que parece ser a febre do momento. Por isso, resolvi listar aqui alguns dos que foram lançados nos últimos meses.
O primeiro é Algemas de Seda (Geração Editorial, 320 páginas, R$ 29,90), do americano Frank Baldwin, que conta a história do irresistível (e sádico) Jake Teller, um homem disposto a seduzir sua colega Mimi Lessing, que vai se casar em duas semanas — com outro homem. Jake a convida a assistir, sem ser vista, aos jogos eróticos dele com suas parceiras, a quem leva ao êxtase sexual por meio da dor (lembrou de algo?).
A imaginação de Mimi é estimulada a tal ponto que ela começa a questionar os seus planos de casamento e a sua vida sexual plácida demais com o noivo, sem perceber que, enquanto isso, um homem perigoso secretamente a segue e a observa. É aí que a história muda de rumo e ganha ingredientes que a diferenciam de Cinquenta Tons: as mulheres com quem Jake dormiu começam a ser assassinadas, e a própria Mimi desaparece.
A obra, uma mescla de romance erótico, thriller psicológico e história policial, que vem sendo chamada de “thriller erótico”, inaugura a coleção Muito Prazer, da Geração Editorial, que traz na capa pimentas (verde, laranja e vermelha) que denotam se o romance é “picante”, “médio picante” ou “muito picante”.
O segundo livro é Bem Profundo (Editora Planeta, 256 páginas, R$ 29,90), da britânica Portia da Costa. No livro, a bibliotecária Gwendolyne Price — que já nem se lembra mais quando foi seu último encontro com um homem — começa a receber bilhetes eróticos de um admirador anônimo, que os deixa na caixa de sugestões da biblioteca em que ela trabalha. Os bilhetes são explícitos, obscenos mesmo, mas também excitantes.
Aos poucos, ela começa a pensar que um sujeito capaz de fazer uma mulher corar ao ler um pedaço de papel deve ser, no mínimo, talentoso. E, quem sabe até bonito. A cada bilhete sexual que recebe, Gwen se vê cada vez mais tentada e interessada por seu admirador secreto, tentando criar coragem para enfim conhecê-lo.
Terceiro da lista: 50 Versões de Amor e Prazer (Geração Editorial, 360 páginas, R$ 34,90), uma coletânea de contos eróticos escritos por 13 autoras brasileiras. Nas histórias, tem desde a mulher que encontra no trânsito um ex-namorado e, enquanto dirige, passa a ter visões dos momentos de sexo bizarro que teve com ele (conto Hot Dog, de Állex Leilla), até o homem casado cujo prazer é seduzir outras mulheres e dispensá-las após um jantar romântico (Perversão, de Ana Paula Maia). A organização é de Rinaldo de Fernandes, e a obra também faz parte da coleção Muito Prazer – aquela das pimentinhas, que citei acima.
Outro lançamento recente nessa área é A Noiva Despida (Leya, 352 páginas, R$ 29,90), da australiana Nikki Gemmel. Na trama, uma mulher desaparece. Ela era a esposa perfeita, a mãe exemplar, uma mulher irrepreensível. Mas o que dizer do explosivo diário que deixa para trás, no qual ela revela detalhes surpreendentes de sua jornada de descoberta e liberação sexual?
Ela inicia seu diário no Marrocos, durante sua lua de mel. Acredita ser feliz em sua vida confortável e convencional, porém, ao descobrir um livro raro de uma autora anônima do século XVII, sente-se inspirada por sua heroína fogosa, e o que começa apenas em sua imaginação, rapidamente ganha contornos de urgência. Pela primeira vez, ela coloca em prática o que de mais inconfessável vai em sua alma, dando início a uma vida dupla em que transpõe a barreira entre fantasia e realidade, num mundo onde o desejo não conhece limites. Mas o preço dessa liberdade pode ser alto demais…
Para finalizar, o quinto da lista é Eu, Dommenique (Leya, 192 páginas, R$ 19,90), de Dommenique Luxor, anunciado como “a história real de uma dominatrix brasileira”, uma mulher que envolve os homens num jogo de dominação e submissão – num paralelo com Cinquenta Tons de Cinza, podemos dizer que, aqui, é ela quem faz o papel que, no best-seller de E.L. James, cabe a Christian Grey…
Segundo a divulgação da editora, o livro “apresenta relatos verídicos de diferentes tipos de sessões de dominação e revela as ideias e inquietações de uma mulher que é, acima de tudo, senhora de si”. Um detalhe: Dommenique, a dominatrix, é gaúcha…