Se tivemos problemas longe das quatro linhas para organizar a Copa do Mundo, em campo os craques estão mostrando que valeu a pena, em um dos mundiais mais divertidos. A primeira fase foi marcada pela alta média de gols (2,83 por jogo), muitas goleadas, apenas cinco empates sem gols, algumas zebras e novas tendências para o futebol. Isso sem falar das belas festas nas arquibancadas.
Fiz a análise do que rolou nos primeiros 48 jogos do Mundial, com destaques grupo a grupo. Confira:
Grupo A
Liderado por Neymar (foto abaixo), o Brasil confirmou o favoritismo e avançou no primeiro lugar, com campanha idêntica à do México. Os mexicanos foram a surpresa da chave. Com um time competitivo e bem armado, os mexicanos eliminaram a insinuante Croácia.

Crédito: Jeferson Botega/Agência RBS
Vale lembrar que se o México não tivesse tido dois gols legítimos anulados diante de Camarões, e o Brasil ganho aquele pênalti sobre o Fred contra a Croácia, quem avançaria como líder do grupo seriam os mexicanos.
Grupo B
Holanda com campanha 100%, Chile classificado e Espanha destroçada. Esse é o resumo do grupo. Sob a liderança de Robben (foto abaixo), os holandeses mostraram um jogo eficiente, com marcação forte e o contra-ataque mais rápido e letal da Copa.

Crédito: Luis Acosta/AFP – 18/6/2014
Os chilenos têm um time talentoso com a bola nos pés e aplicado taticamente sem a Brazuca. A baixa estatura da zaga é o calcanhar de Aquiles do Chile e deve custar caro ao time no mata-mata.
Grupo C
O grupo mais aberto da primeira fase na teoria se comprovou na prática. A Colômbia avançou com 100% de aproveitamento (com um time bem ofensivo) e viu o segundo colocado ser definido nos últimos minutos do duelo entre Grécia e Costa do Marfim.
Melhor para os gregos, que avançaram de fase pela primeira vez na história com apenas dois gols marcados, ambos na vitória sobre os marfinenses.
Grupo D
Que atire a primeira pedra quem apostou na Costa Rica como o líder do temido Grupo da Morte, que reuniu pela primeira vez numa Copa três campões do mundo na fase inicial: Inglaterra, Itália e Uruguai. Os uruguaios se deram melhor nos confrontos entre os gigantes e avançaram.
Agora, sem poder contar com o atacante Suárez, suspenso, a Celeste não deve ter vida longa no mata-mata. A Inglaterra foi a grande decepção da chave.
Grupo E
A chave salvou a pele dos europeus, com a classificação de França e Suíça. As duas seleções mostraram um futebol envolvente e bem equilibrado, mesmo com a goleada francesa sobre os suíços.

Crédito: Dimitar Dilkoff/AFP – 20/6/2014
Gostei de ver como os franceses lidaram com a ausência de Ribéry, cortado do Mundial por lesão. Benzema (foto acima) chamou a responsabilidade e passou a ser o grande líder dos azuis.
Grupo F
Sob a batuta do maestro Lionel Messi, a Argentina atendeu à expectativa e garantiu os 100% de aproveitamento na fase inicial.
O camisa 10 brilhou e desequilibrou para os hermanos. A surpresa do grupo foi a Nigéria, que mostrou um time bem equilibrado, avançou às oitavas de final e eliminou a Bósnia, que era minha aposta.
Grupo G
Com força física, futebol envolvente e um padrão bem definido de jogar, na defesa e no ataque, a Alemanha confirmou a liderança. A surpresa fica por conta da seleção norte-americana. Sob o comando de Jürgen Klinsmann, o time mostrou evolução no padrão de jogo e se favoreceu por Cristiano Ronaldo não estar 100% fisicamente.
Os americanos mostraram que têm condições de surpreender no mata-mata, a começar pelo duelo com a Bélgica.
Grupo H
Mesmo longe de mostrar o futebol técnico e bonito que se esperava, a Bélgica confirmou a liderança, com campanha impecável de três vitórias.
A zebra da chave foi a Argélia, que não tomou conhecimento dos coreanos (em um dos jogos mais legais da primeira fase) e da Rússia comandada por Fabio Capello e ficou com a segunda vaga nas oitavas.