Obrigado, Julio Cesar. Se o sonho da conquista do hexacampeonato ainda está vivo, muito é por sua causa. E não falo só pelas duas defesas nos pênaltis. A oportunidade de decidir a vaga nas quartas de final da Copa do Mundo nas penalidades máximas só foi possível por tua causa, com a defesaça no segundo tempo da partida e aquele desvio com os olhos do chute de Pinilla, fazendo a bola explodir no travessão no fim da prorrogação.
E preciso dar o braço a torcer: se eu fosse o técnico, você não seria o meu goleiro. Agora, amigo, você me fez mudar de opinião. Tâmo junto, Julio.

Crédito Martin Bernetti/AFP
Os baixinhos do Chile deram mais trabalho do que eu imaginava. Mas o Brasil também tem culpa no cartório por esse jogo nervoso, contraindicado a cardíacos. Depois de jogar um ótimo primeiro tempo, quando marcou o gol, teve maior volume e criou oportunidades de matar o jogo, mas não o fez. Pior, deu um gol aos chilenos numa falha inacreditável de Hulk, em uma cobrança de lateral: Brasil 1 x 1 Chile.
No segundo tempo ainda vimos os chilenos nos engolirem, com um esquema de jogo bem definido, com cada jogador bem postado em campo e ciente do que tinha que fazer no gramado. Com a bola nos pés e na hora de retomá-la. Enquanto isso, o Brasil se resumia num amontoado de atletas em campo, sem uma proposta de jogo e na dependência do talento e a individualidade de Neymar. E isso é o que mais me preocupa.
Daqui pra frente, o camisa 10 terá cada vez menos espaço para jogar e outros jogadores precisam aparecer para deixar de serem coadjuvantes e se transformarem em protagonistas. Mas esse é papo para depois. Encerro o post da mesma forma que iniciei, agradecendo o nosso goleirão: obrigado, Julio Cesar!