
AFP
A ausência de pelo menos um jogador brasileiro na recente Seleção da América, organizada pelo jornal uruguaio El País, é um tanto exagerada e discutível. Quem a vê pensa que o River Plate é uma máquina e que o San Lorenzo foi absoluto na Libertadores. Menos… bem menos. Isso, porém, não invalida dizer que o futebol no Brasil caiu muito no ano passado e precisa fazer da nova temporada o início de uma virada. Vale para a Seleção, que já deu mostras de novos tempos ainda em 2014, mas é muito importante que valha para os clubes. O retorno dos títulos internacionais, mesmo que o Atlético-MG tenha sido campeão da Recopa, é uma necessidade para um país que paga salários muito superiores aos dos vizinhos, que traz de lá os melhores jogadores e que mantinha nos últimos anos uma hegemonia consolidada. A Libertadores terá muitas grifes sul-americanas, em especial da Argentina, mas não terá nenhum investimento maior do que o feito por qualquer um dos brasileiros. Virou questão de honra nacional.
Carisma
Luiz Felipe ainda não se manifestou claramente sobre seus projetos e seu ânimo para a nova temporada. Sua primeira entrevista ou mesmo aquele recado na apresentação da boleirada já poderão dar o tom do espírito do velho comandante. Cobrar uma empolgação juvenil de Felipão é pedir demais, até porque soaria falso para alguém que já esteve no topo do mundo. O que não pode é o treinador se notabilizar em 2015 por ranços, xingamentos e manias de perseguição. Sua carreira mostra que ele é maior do que isto, embora alguns deslizes. Sua atitude clássica e vencedora sempre foi de alguém forte, com gana, um comprometimento contagiante e palavra firme sem ser ofensivo. Essa postura fideliza o torcedor, mas - acima de tudo - anima o grupo de jogadores, sejam eles mais velhos ou a garotada. Assim se forma mais uma Família Scolari, algo extremamente necessário no Grêmio atual.
Remendo
Recado para a nova diretoria colorada: “Melhorem urgentemente o CT Parque Gigante”. Se entende perfeitamente que a gestão que está terminando priorizou as obras do Beira-Rio e tem no estádio um ponto de honra. Houve, entretanto, um esquecimento com o Centro de Treinamentos. As instalações são precárias (ar-condicionado estragado e falta de boas instalações sanitárias), o entorno não possui pavimentação e os serviços de telecomunicações se mostram deficientes. Até Fernandão, após ser dirigente e treinador, chamou o local de “puxadinho”, mostrando que, mesmo para os profissionais da bola, a condição não é ideal. Era para ser um equipamento provisório, uma adaptação convivendo junto com a academia para os associados. Virou permanente, muito aquém da grandeza do clube.
É Demaaaaaais!
O jogo marcado para dia 23 entre Internacional e Shakhtar da Ucrânia será uma baita novidade neste início de ano. O torcedor gaúcho nem sempre apreciou partidas amistosas, mas está tão raro ver uma equipe europeia em evidência por estas bandas que se cria uma expectativa muito boa. É o time mais brasileiro da Europa, e ainda tem Taison, Fernando, Douglas Costa e Luis Adriano para matar a saudade.
É de Menos!
O anúncio de que o meio-campista Gerrard vai deixar o Liverpool é daquelas notícias que impactam o mundo inteiro. Claro que é da vida, mas será a perda de um símbolo para o tradicional clube inglês. A cidade que um dia lamentou profundamente o fim dos Beatles tem novo motivo de ficar triste.
Boas notícias sobre o técnico Diego Aguirre chegam de Montevidéu, conforme reportagem publicada na sexta-feira, no Diário Gaúcho. De acordo com os uruguaios, a saída em velocidade é característica comum nas equipes que ele treina.
Pois a falta de velocidade foi um problema crônico no Inter em 2014. O time treinado por Abel Braga praticamente atravessou a temporada sem conseguir chegar com rapidez ao setor ofensivo. Houve um raro momento de exceção, quando Eduardo Sasha começava a se firmar como titular. Porém, o jovem jogador acabou se lesionando, e a lentidão voltou.
Olho nos jovens
Outra boa notícia é que o técnico Diego Aguirre costuma observar as equipes da base. De nada adiantará a um clube grande investir na formação de jogadores se não houver uma observação permanente dos jovens promissores.
Por mais que o Inter tenha encerrado o ano com o goleiro Alisson como titular, Valdívia, Taiberson e outros como alternativas, foi visível a resistência de Abelão em escalá-los. Alisson só saiu do sub-23 porque Dida foi suspenso e Muriel se lesionou. Valdívia, segundo o treinador, “oscilava” muito. Logo, conclui-se que o técnico exigia mais dele do que de Rafael Moura, por exemplo.
* Zé Alberto Andrade – Interino
Últimos comentários