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Pense rápido: entre Pinga, ex-Inter, Yuri Mamute, do Grêmio, e Zinedine Zidane, quem você contrataria? Mais adiante revelamos o motivo.
O Festival Internacional “Espoirs” de Toulon et du Var – conhecido como Torneio de Toulon – é uma das mais tradicionais competições de base do mundo. Neste ano, ele acontece entre os dias 21 de maio e 1º de junho.
Tão tradicional que não adiantou grandes clubes brasileiros – e europeus – espernearem: a CBF não liberou atletas que são titulares e importantes aos seus times. E não apenas Luan e Wendell, do Grêmio, ou Gilberto, do Inter. Marquinhos, do PSG, e Lucas Piazon, do Chelsea, por exemplo, estarão integrados ao elenco.
Mas o que o Torneio de Toulon tem além de tradição para chamar tanta atenção?
Nada.
Para explicar, vamos recuperar um pouco da história.
Hiato inicial
O Torneio de Toulon surgiu em 1967 com uma edição única. Na época, ainda era disputada por clubes europeus. Sete anos depois, em 1974, passou a receber também seleções. Foi a estreia do Brasil do zagueiro Oscar.
Depois, a Seleção Brasileira ficou seis edições sem participar, e retornou apenas em 1980, quando conquistou o título. O Brasil é o segundo maior vencedor, com sete títulos, atrás apenas da – adivinhem! – França.
O mais importante, porém, é que a Fifa, por muitos anos, ignorou torneios oficiais das categorias de base. Apenas nos anos 1980 começaram a surgir copas de categorias inferiores no calendário oficial.
A CBF também, vide a importância dada pelos clubes brasileiros à Copa São Paulo (sub-20, até pouco tempo) ou à Copa BH (sub-17) em detrimento às recentes competições oficiais da confederação.

Foto: Júlio Cordeiro/Agência RBS
Garotos perdidos
A lista de craques que não vingaram é infindável. O primeiro brasileiro eleito, por exemplo, foi Luvanor, em 1983, e que chegou a vestir a camisa do Inter em 1989. Em 1996, Adaílton, ex-Juventude, também ganhou o troféu de melhor jogador, passou anos na Itália e… terminou no Juventude.
Os outros dois brasileiros têm história na Dupla Gre-Nal. Pinga, campeão da Recopa em 2007 pelo Inter, foi o craque da edição de 2002 do Torneio de Toulon. E Yuri Mamute, do Grêmio, é o atual detentor da faixa após a conquista do Brasil na última edição.
Fora do Brasil, nomes como do italiano Giovinco e do francês Dhorasoo expõem alguns equívocos históricos de falsos craques.
Craques reconhecidos
Há, contudo, uma gama de jogadores que foram eleitos craques e fizeram história no futebol. O francês David Ginola, em 1987, foi o craque do campeonato que teve Taffarel como melhor goleiro. Outro francês genial, melhor jogador e artilheiro, foi Thierry Henry, em 1997 – um ano antes de ser campeão do mundo.
Rui Costa, de Portugal, e Alan Shearer, da Inglaterra, foram craques do campeonato e alguns dos melhores jogadores de sua geração. E, mais recentemente, a Argentina emplacou Riquelme e Mascherano, e a Colômbia, James Rodríguez.

Foto: Philippe Huguen/AFP
Ídolos coadjuvantes
Quem olhar apenas as premiações perderá de reconhecer muitos nomes que disputaram o Torneio de Toulon e foi negligenciados, antes de, anos mais tarde, se tornarem geniais jogadores de futebol. O maior exemplo é o de Zinedine Zidane. Em 1991, ele jogou a competição pela seleção francesa, mas perdeu a decisão para a Inglaterra de Alan Shearer. À sombra do craque do Newcastle, Zidane passou despercebido.
Já o capitão da França campeã do mundo em 1998 e atual técnico, Didier Deschamps, participou do torneio em 1988. A seleção francesa foi campeão daquele Torneio de Toulon, mas ele perdeu as luzes dos holofotes para o centroavante Zitelli.
Querem mais exemplo? Eduardo Vargas, Ever Banega, Hugo Lloris, Steve Mandanda, Raul Meireles, Cristiano Ronaldo…
Conclusão
Há um motivo, ainda que seja apenas a história, para que Wendell, Gilberto, Luan, Deretti e Jacsson levem o Torneio de Toulon a sério. Se hoje ele não significa nada, uma vez já foi determinante para algumas carreiras. Para outras, não serviu de muita coisa.
Pois, como vocês viram, os olheiros do Torneio de Toulon contratariam Pinga ou Yuri Mamute. Nós, do Pratas da Dupla, ainda preferimos Zidane.
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