Depois de vários jogos abatido por uma intensa virose do defensivismo exagerado, escalando o Manchester United com apenas um atacante, recheado de volantes combativos e sem estratégias convincentes, o ultra-vencedor Sir Alex Ferguson voltou ao normal. E contra o Porto, ele fez do Manchester United novamente o time organizado e equilibrado de sempre. Quem admira este clube – e o próprio trabalho de Ferguson – agradece.
Jogando em casa, Ferguson escalou o Manchester contra o Porto no 4-5-1, com três volantes, e sem nenhuma ambição. Foi punido, empatando em 2 a 2. Mas hoje, em Portugal, ele recuperou o original 4-4-2 britânico em duas linhas de quatro jogadores, com dois atacantes natos, e uma sincronizada troca de posições.
Ferguson repetiu a inversão vista na decisão do Mundial contra a LDU. O atacante Rooney foi o meia-extremo (winger), pela direita; e Cristiano Ronaldo foi o atacante de movimentação, fazendo companhia ao centroavante Berbatov. Giggs retornou à asa-esquerda do meio-campo, com Carrick e Anderson centralizados.
Houve trocas interessantes: Cristiano Ronaldo passava também pelos lados, trazendo Rooney ou Giggs para o meio. Este trio se movimentou com muita intensidade, confundindo a marcação portuguesa, que se ampara em um 4-5-1 com um volante centralizado, dois apoiadores de marcação (a exemplo do Inter), e dois meias-extremos ofensivos que se juntam ao ataque.
Outra sincronia foi percebida no centro da linha de meio-campo. Anderson iniciou a partida pela direita, acompanhando C.Ronaldo. Quando o português passou ao ataque, e Rooney assumiu a asa-direita, Anderson trocou de lugar com Carrick. Assim, o camisa 8 brasileiro auxiliou Giggs no apoio – Evra subiu menos para ficar na cobertura – enquanto Carrick somou-se a O`Shea na cobertura de Rooney.
Gostei muito do que vi. O Manchester venceu por 1 a 0, e espero que não apenas o placar, mas principalmente o desempenho da equipe, convençam Sir Alex Ferguson que não vale a pena retroceder. Dentro ou fora de casa, contra qualquer adversário, sempre será arriscado retirar atacantes para escalar volantes.
Hoje o técnico do Manchester United não apenas acertou na escolha do sistema tático e da estratégia, mas também escalou os melhores, e nas posições certas, sem improvisações estapafúrdias - o famoso feijão-com-arroz que nunca falha.
Postado por Eduardo Cecconi
lendo teu post de ontem sobre benitez eo liverpool, pensei na maneira do chelsea jogar com 3 meias centralizados, sendo 1 mais recuado (Essien)e pergunto, pq nenhum técnico brasileiro se propoe a esse esquema? p/ex, o Grêmio, utilizaria 3 meias q sabem tocar bola(Tcheco, Souza e Orteman e o Adilson + recuado) o q valorizaria a posse de bola no meio.
Resposta do Cecconi: olá Edgard. Esta é sempre uma boa alternativa desde que o time tenha jogadas fortes pelos lados. O Chelsea joga no 4-3-3 com os três meias bem centralizados, mas com dois atacantes abertos, o que descentraliza a marcação, e apresenta duas variações de jogadas – infiltração pelo meio ou investida pela ponta (linha de fundo ou diagonal). Abraço!
Fiz uma análise desse jogo também Cecconi – inclusive se quiser ver :D. Uma das coisas que observei é que no primeiro jogo o Porto deitou e rolou nas costas de Evra, já nessa partida Ferguson manteve Evra preso pra não ter esse problema, o meio também mudou totalmente com a entrada de Rooney, Giggs e Anderson. A partida não foi lá essas coisas, mas na parte tática foi bem interessante ainda mais pra quem viu os dois jogos. Abs Cecconi.
Resposta do Cecconi: Oi João. Acho que a coisa ficou ruim para o Evra no primeiro jogo porque, com três volantes e dois meias-extremos, ele liberou os laterais para o apoio, mas a cobertura ficou devendo. Ontem o time jogou com os laterais mais fixos, e aí o Evra cuidou melhor do lado esquerdo. Abraço!
Cecconi houve uma movimentação importante tambem com o berbatov por muitas vezes mais recuado que o C. Ronaldo, este muitas vezes foi o homem mais avançado do Manchester. O Berbatov voltou bem mais pra combate o que o Ronaldo.
Resposta do Cecconi: bem observado, Leonardo. Por muitas vezes o Berbatov retornou para buscar jogo, trazendo a marcação, e abrindo o espaço para a infiltração do C.Ronaldo. Valeu pela colaboração!
o manchester nao jogou nda.
em casa levou um banho de bola e fora marcou num dos dois remates k fes
k jogue assim contra o barcelona e vao ver quantos e k apanha.
uma ekipa tao grande e poderosa e precisa de queimar tempo kuase o jogo inteiro
Excelente análise Cecconi… Mas eu penso que o Tevez seria uma peça mais fundamental do que o Berbatov nesse esquema do Sir Alex, pela sua pegada e toque de bola, pois sabemos que o Berbatov é fera na grande área, nao rende a mesma coisa na hora de fazer o jogo fluir….
Resposta do Cecconi: olá Gabriel. Essa convicção não muda com o Ferguson. Ele gosta de um centroavante de referência, como fazia com o Nistelrooy, com o Solskjaer, e outros. O Tevez compete com o Rooney nessa formação. Abraço!
Não te esquece de avisar pro Ferguson que dessa vez ele teve tua aprovação.
Garanto que ele vai dormir bem mais tranqüilo…