Nestas minhas férias, pensei em escrever sobre a principal carência do Grêmio em 2009: a ausência de um primeiro volante no grupo. Ainda bem que nada publiquei, sob risco de ver o texto envelhecer rapidamente. Isso porque hoje a diretoria do Tricolor anunciou a contratação do volante Túlio, veterano ex-Botafogo, que não vinha sendo aproveitado por Mano Menezes no Corinthians.
Não proponho a discussão sobre Túlio, mas sim sobre a função. Com o naufrágio da inexplicável contratação de Diogo, e vendo em Adilson um jogador sem as características exigidas para desempenhar esta tática individual, o novo reforço gremista chega sem concorrência no elenco. Provavelmente, será titular do Grêmio na Libertadores, qualquer que seja o sistema tático escolhido – hipótese que será invalidada apenas se Túlio não estiver em boas condições técnicas e/ou físicas, situação que me foge ao alcance por não ter observado ele no Timão.
No diagrama tático que ilustra o post, proponho três variações táticas possíveis a partir da chegada de Túlio ao Grêmio. Faltava o primeiro volante marcador ao técnico Marcelo Rospide, e ao futuro treinador efetivo da equipe. Comecemos pelo 3-5-2, que era o predileto de Celso Roth, e se mantém como preferencial de Rospide.
No 3-5-2, Túlio pode fazer a cobertura dos alas que ainda não foi vista em jogos de alta exigência. Nem mesmo quando Roth escalou o zagueiro Réver no setor o problema se resolveu. É claro que agrava a situação a escolha pela marcação individual, abrindo a frente da área e impedindo a composição dos alas pelo meio. Mas se Túlio se mantiver centralizado, ele pode auxiliar na manutenção do controle no meio-campo, e no socorro aos alas.
No 4-4-2, pensei em um desenho de meio-campo parecido com o adotado por Tite no Inter. Túlio, centralizado, protegeria a frente da área; Adilson e Tcheco formariam a segunda linha, com o jovem mais recuado, e o capitão mais adiantado. E Souza seria o articulador, próximo dos atacantes.
Há ainda – porque não – um 4-3-3 viável ao Grêmio. Novamente, a presença de um primeiro volante de ofício permitiria um alinhamento de meio-campo entre Tcheco e Souza, e a escalação de Alex Mineiro (ou Herrera) na companhia de Jonas e Maxi López. Bastaria adotar o sistema de marcação que Corinthians, Chelsea, Santos, Barcelona e outras equipes fazem: pressão na saída de bola, e recuo de um (ou dois atacantes) para alinhar pelo menos quatro marcadores à frente da linha defensiva.
São todas variações possíveis não pela chegada de Túlio, mas pela contratação de um primeiro volante. Resta saber se Rospide e o novo treinador estarão dispostos a testar novas possibilidades, ou se o 3-5-2 será mantido. E se Túlio vai desempenhar com sucesso a função para justificar sua entrada imediata na equipe. Existem ainda outras possibilidades, por isso o espaço para comentários está aberto a quem quiser opinar…
Postado por Eduardo Cecconi