Na temporada passada, a Sampdoria resgatou o 3-5-2 na Itália, mas com uma estratégia bem brasileira – leiam aqui a análise. Modificado o sistema tático, agora a equipe larga bem no Campeonato Italiano, e persegue a líder Inter de Milão – dois pontos apenas a separam do time de Mourinho (22 contra 20, em 9 rodadas).
A Sampdoria adotou o clássico 4-4-2 britânico, com duas linhas e dois atacantes. A estratégia é voltada à intensa variação de jogadas ofensivas, utilizando o apoio simultâneo dos dois meias-extremos, a passagem eventual dos laterais, a aproximação dos meias centralizados, e a movimentação constante da dupla Cassano-Pazzini na frente.
Hoje, na goleada de 4 a 1 sobre o Bologna, a Sampdoria teve na segunda linha os wingers Mannini na direita, e Ziegler na esquerda, com Zauri na lateral-esquerda. Mas foi uma formação emergencial. Padalino, suspenso nesta rodada devido à expulsão no empate com a Lazio fora de casa, é o winger direito, com Mannini na esquerda, e Ziegler na lateral – e Zauri, no banco.
A Sampdoria é uma equipe qualificada tecnicamente. E o 4-4-2 britânico favorece esta característica. Com a linha de meio-campo avançada, a equipe opta pela troca de passes, de lado a outro, e com poucos erros. Vai “girando”, mantendo a posse e o controle, enquanto seus atacantes se movimentam à procura de espaços para infiltrações.
A marcação é adiantada, em pressão por zona. Os atacantes fazem pressão na saída adversária, e as duas linhas posicionam-se bem à frente, e agrupadas, com seus oito jogadores acossando quem receber a bola. Recuperada a posse, a transição para o contra-ataque se aproveita deste avanço territorial da marcação para iniciar imediatamente a ocupação de espaços abertos.
Cassano e Pazzini são bons atacantes. Cassano é aquele “cara chato” que nenhum zagueiro gosta de enfrentar. Ele eventualmente abre pelo lado direito, buscando diagonais incisivas com bola dominada. Dribla e conclui. Pazzini também gosta de participar da articulação, apresenta-se para as tabelas e triangulações, e agrega ainda posicionamento e tempo de bola nos cruzamentos.
Tenho gostado de ver a Sampdoria. Não sei, entretanto, se a equipe terá elenco (e fôlego) para se manter à frente da Juventus, e sem permitir que a Inter dispare. Hoje, como exemplo, bastou a ausência de Padalino para obrigar o técnico a fazer uma série de três trocas de nomes/posições. Por enquanto, a equipe vai muito bem.
Postado por Eduardo Cecconi