Hoje no empate fora de casa com o Bayern em Munique (1 a 1) o Schalke 04 atuou em um clássico 4-3-3. Mas com um detalhe: mesmo com dois articuladores, a estratégia do clube alemão foi jogar pelos lados.
No posicionamento inicial, os dois meias ofensivos formaram com o volante defensivo um triângulo alto. Matip. no vértice baixo, guarneceu a defesa, centralizado à frente da linha de quatro. Rafinha, pela direita, e Moritz, na esquerda, formam a linha de articuladores, completando o setor.
Mas Rafinha abre pelo lado, somando-se ao atacante Farfan e ao lateral Höwedes. Na esquerda, acontece o mesmo com Moritz, o atacante Sanchez e o lateral Schmitz. Acredito que a estratégia tenha pelo menos duas justificativas.
A primeira: o Schalke conta com um centroavante de área – Kevin Kuranyi. Triangulações pelos lados são essenciais para abastecer o “camisa 9″ com cruzamentos e aproximações. E a segunda: hoje o Bayern atuou no 4-4-2 em duas linhas.
Rafinha e Moritz abrindo o triângulo sem a posse de bola formavam um paredão compacto, com o recuo de Sanchez e Farfan, a partir da intermediária defensiva. O Bayern teve quase 70% de posse de bola, mas criou pouco. E na estratégia de abrir o jogo, os contra-ataques do Schalke sempre encontraram espaços mal-ocupados pela defesa anfitriã. Um com o controle da bola, sem objetividade; outro sem a posse, mas incisivo.
O interessante da análise sobre o Schalke é ver que há uma diversificação de sistemas táticos na Bundesliga. Já vimos o Hamburgo em duas linhas, o Bayern com um confuso 3-6-1 (e hoje foi duas linhas), e o Borussia em um 4-4-2 extremamente ortodoxo. Entre todos, assistir a uma equipe no 4-3-3 sempre nos permite imaginar que a inversão da pirâmide levando todos para trás ainda encontra resistência.
Postado por Eduardo Cecconi