Terminada a observação dos três adversários do Inter no Grupo 5 da Copa Libertadores 2010, constata-se que todos os integrantes da chave – incluindo o Inter – em algum momento se utilizam dos três zagueiros. Seja preferencialmente – como fazem Inter e Emelec – ou circunstancialmente, como é o caso de Deportivo Quito e Cerro-URU. Ou o trio defensivo está caracterizado, ou se apresentam variações para criar uma sobra.
Ontem, o Emelec venceu o Newell’s por 2 a 1, e se classificou para a fase de grupos da Libertadores, jogando no 3-6-1. A distribuição dos jogadores em campo é bastante confusa. A movimentação, também. Há uma enormidade de variações defensivas que fazem o Emelec muito mais jogar em função do adversário do que propriamente propor o jogo. O Newell’s, mesmo em Guayaquil, dominou a partida e criou as melhores oportunidades. Perdeu por desatenção, no gol sofrido a 30seg do 2º tempo. E perdeu, acima de tudo, porque o Emelec tem uma “muralha” no gol: o camisa 1 Elizaga.
Na defesa, o Emelec tem três zagueiros. Fleitas é o líbero, com Mina à esquerda, e Achilier à direita. Fleitas comanda a defesa, e gosta de ultrapassar os dois zagueiros, posicionando-se à frente, quando a equipe precisa adiantar a marcação, logo retornando ao posicionamento original. Mas o movimento mais complexo – e um pouco confuso – acontece no lado direito.
Esta movimentação toda me lembrou uma equipe que o Inter enfrentou ano passado: a LDU de Jorge Fossati. Pesquisei nos arquivos do blog Preleção, e encontrei o post onde falava exatamente sobre uma basculação que variava de três zagueiros para linha de quatro. Será a LDU de Fossati uma inspiração para este Emelec? Se for, é bom para o Inter, porque seu treinador deve conhecer o antídoto. Leiam aqui a análise daquela LDU.
Com a bola, o zagueiro Achilier se adianta, e empurra o ala Biglieri para a frente. Ele traz consigo os dois zagueiros restantes – Fleitas e Mina – e forma uma linha de quatro com o ala-oposto, J.L. Quiñónez. Perdida a posse de bola, entretanto, Achilier recua e a formação com três zagueiros se recompõe.
Do meio para a frente, o Emelec é pouco inspirado. Não há um jogador que centralize a articulação. Contra o Newell’s, a equipe criou quase nada, não conluiu de média ou londa distância, e resumiu suas ações a duas jogadas: Biglieri buscando a linha de fundo pela direita, ou cobranças de escanteios.
O protagonista do time é o goleiro Elizaga. Ele salvou o Emelec contra o Newell’s por pelo menos cinco vezes. Chances claras de gol, com grandes defesas. E o “patrão” é o volante P.A. Quiñónez, camisa 15. Preparem-se, jogadores colorados. Ele bate até na própria sombra. Um jogador muito truculento, volante “fazedor de faltas”, que faz a cobertura dos dois alas para manter a base de três zagueiros.