*Post atualizado às 23h.
No 5º post da série diária sobre as 32 seleções da Copa do Mundo de 2010, o blog Preleção abre os trabalhos do Grupo B com a Argentina. Equipe que, com Maradona, iniciou no 4-4-2, passou pelo 3-4-3 – melancolicamente – e retornou ao 4-4-2 em duas linhas de quatro jogadores, sistema bastante comum aos clubes argentinos (com ele o Estudiantes conquistou a Libertadores em 2009).
Discordo quando os críticos de Maradona dizem que a seleção da Argentina não tem estrutura tática, ou organização. É bem clara a definição do 4-4-2 em duas linhas de quatro jogadores. Ou seja, há um sistema tático, e ele é reconhecível exatamente por ser organizado.
O que faltou, nos jogos aos quais assisti, foi estratégia. Qual a proposta de jogo da Argentina? Aproximações para jogadas curtas? Linha de fundo com os wingers? Posicionamento adiantado para pressionar no campo adversário? Recuo e saída em contra-ataque? Não se sabe. Isso porque a cada jogo Maradona escala uma equipe diferente, com propostas diferentes, e esta indefinição parece tê-lo atrapalhado.
O principal dilema de Maradona é acomodar tantos atacantes de qualidade. A Argentina talvez seja a seleção melhor servida de jogadores ofensivos no Mundo. São tantos que Maradona tentou o 3-4-3 para abrir mais uma vaga na frente. Não deu certo. Na sequência, ele retomou o 4-4-2 em duas linhas e acomodou Messi como meia-extremo pela direita, o que lhe permite usar outros dois atacantes.
De início, ele apostava no trio de baixinhos habilidosos e velozes – Tevez, Messi e Aguero. Também não funcionou. A boa fase de Higuaín no Real Madrid lhe garantiu lugar no time. Mas Diego Milito está voando baixo na Inter. Lisandro López também foi chamado para a função, mas não apareceu na última convocação – assim como Gago, Maxi Rodríguez, Angeleri e Papa, por exemplo.
A partir desta estrutura tática definida, Maradona precisa definir estes pontos para ter sucesso na Copa do Mundo: a estratégia prioritária (faltam mecânica de jogo, sincronia de movimentos, proposta clara); e a formação ideal. Feito isso, com os jogadores e a camisa que tem, a Argentina entraria com força no Mundial da África do Sul.
*ATUALIZAÇÃO
Com propriedade, os leitores juliano, Carlão, Pedro Lampert e Rafael Silveira trouxeram uma infomação relevante que havia escapado à minha pesquisa. Maradona, em entrevista, confirmou as titularidades de diversos jogadores dentro desta estrutura tática: Messi na frente, Di Maria e Gutierrez nas asas do meio-campo com pés invertidos, entre outros. Com base nestas informações, acrescentei ao post este parágrafo, e editei o diagrama tático.
Confiram a convocação de Maradona para a recente vitória em amistoso contra a Alemanha:
Goleiros:
Mariano Andujar – Catania (ITA)
Sergio Romero – AZ Alkmaar (HOL)
Defensores:
Gabriel Heinze – Olympique (FRA)
Martin Demichelis – Bayern de Munique (ALE)
Nicolas Otamendi – Velez Sarsfield
Walter Samuel – Inter (ITA)
Clemente Rodriguez – Estudiantes
Nicolas Burdisso – Roma (ITA)
Meio-campistas:
Javier Mascherano – Liverpool (ING)
Verón – Estudiantes
Jonas Gutierrez – Newcastle (ING)
Dí Maria – Benfica (POR)
Mario Bolatti – Fiorentina (ITA)
Pastore – Palermo (ITA)
Datolo – Olympiakos (GRE)
Atacantes:
Messi – Barcelona – (ESP)
Higuain – Real Madrid (ESP)
Tevez – Manchester City (ING)
Aguero – Atlético Madrid (ESP)
Diego Milito – Inter (ITA)