Acompanhei os dois últimos jogos do Palmeiras no Brasileirão, após o final do recesso destinado à Copa do Mundo 2010: vitória sobre o Santos no Pacaembu, sob comando de Murtosa (mas com Felipão passando instruções das cabines); e derrota fora de casa para o Avaí, tendo Felipão instalado no banco de reservas. E a equipe paulista apresentou duas formações diferentes.
No clássico da semana passada, o Palmeiras jogou no 4-4-2 com meio-campo em losango. O setor teve Edinho como volante central, à frente da linha defensiva de quatro jogadores; Márcio Araújo (dir) e Marcos Assunção (esq) na segunda linha, cobrindo o apoio dos laterais Vitor e Gabriel Silva (respectivamente); Lincoln na ponta-de-lança, fazendo a ligação com o ataque; Ewerthon de segundo atacante, e Kléber na referência:
Contra o Avaí, entretanto, a equipe mudou (ver diagrama tático que ilustra a abertura do post). Talvez pela ausência do zagueiro Danilo, suspenso, Felipão tenha optado por uma formação diferente. Ao invés do 4-4-2 com meio-campo em losango, o Palmeiras iniciou a partida no 4-5-1 com dois volantes e três meias ofensivos (ou 4-2-3-1).
Edinho passou para a quarta zaga, sem um substituto na primeira função do meio-campo. Felipão abdicou da função, alinhando Pierre e Marcos Assunção na proteção à linha defensiva. Mais à frente, três meias ofensivos: Márcio Araújo aberto na direita, Lincoln centralizado, e Ewerthon aberto na esquerda. Kléber foi o centroavante de referência.
Com a bola, o sistema se assemelha ao adotado por Dunga na Seleção Brasileira. Ewerthon foi o meia-extremo agudo, responsável pelas diagonais na direção de Kléber. Já Márcio Araújo jogou mais preocupado em ocupar a faixa direita defensiva, entre as intermediárias, apoiando pouco. E Lincoln atuou extremamente próximo a Kléber, passando da linha da bola para receber, protegido pelos dois volantes.
Em apenas dois jogos, e sem acompanhar os treinos, é difícil definir qual sistema será utilizado, e principalmente determinar o melhor entre os dois. A análise presta-se a abrir o debate sobre os conceitos táticos que Felipão apresenta em seu retorno ao Brasil.