Assisti no final de semana ao jogaço Tottenham Hotspurs x Manchester City, empate em 0 a 0, na abertura da Premier League. Infelizmente, a correria não me deixou postar essa análise antes. Mas ainda acho oportuno trazermos ao debate o exemplo da milionária equipe de Manchester.
Roberto Mancini começou a temporada no 4-5-1 em duas linhas (ou 4-1-4-1). E escalou um trio de marcadores na área central. De Jong, típico volante, fez a cobertura entre a defesa e o meio-campo. Logo à frente, Barry e Yayá Touré foram os meias-centrais:
O problema está na combinação de três jogadores com características semelhantes. De Jong, Barry e Yayá Touré são prioritariamente marcadores. Embora os dois últimos tenham bastante qualidade no passe, e até alguma aproximação, não conseguem desempenhar a função de box-to-box, aquele meia necessário ao bom funcionamento das duas linhas britânicas, levando a bola ao ataque.
Resultado: domínio absoluto do Tottenham no primeiro tempo. Não fossem as defesas do goleiro Hart, e o City seria derrotado sem remissão ainda nos primeiros 45min. O time da casa adiantou as linhas e jogou no campo do City que, no 4-1-4-1 com três marcadores centralizados, cedeu a posse de bola ao Tottenham, e abdicou da transição ofensiva qualificada.
No segundo tempo Mancini corrigiu o problema, alterando o sistema para o 4-4-2 em duas linhas. E não foi necessário recorrer ao banco de reservas. Ele apenas reposicionou três jogadores: adiantou De Jong para a linha de meio-campo, abriu Barry como winger-armador na esquerda, e aproximou David Silva como um enganche ao lado de Tevez.
Nesta nova formação o City equilibrou a partida, e criou oportunidades. O Tottenham não conseguiu repetir a supremacia inicial, os visitantes criaram chances, e principalmente David Silva entrou no jogo. Tevez recebeu companhia, acabou o desabastecimento ao ataque, e descobrimos que Gomes também estava jogando – até então o goleiro do Tottenham não havia aparecido.
Um simples reposicionamento de jogadores no intervalo corrigiu o erro de planejamento tático do técnico do City.