Abro hoje no blog Preleção espaço ao colega Lucas Rizzati, redator do site zerohora.com. Ele assistiu à vitória do Peñarol sobre o Barcelona de Guayaquil (1 a 0, no Equador, pela Copa Sul-Americana), e nos privilegia com uma análise do Peñarol. A boa notícia é o resgate do toque de bola – uma característica do futebol uruguaio - obtido através do 4-2-3-1. Confiram abaixo o texto do Lucas:
“Em um 4-5-1 com dois volantes e três meias (ou 4-2-3-1), o Peñarol adotou uma postura equilibrada, e em nenhum momento se acanhou no campo de defesa. Entre as tantas qualidades do time, começo pela que mais chamou a atenção: a velocidade na transição da defesa para o ataque.
Marcando em zona e pressionando a bola – não o jogador – a coesa equipe uruguaia parecia não fazer esforço nenhum para desarmar os equatorianos. Enquanto o 4-3-3 do Barcelona apresentava pouca mobilidade, com trocas de passes laterais, os qualificados volantes Sosa e Arevalo roubavam a bola com perícia, começando o contragolpe (ou o ataque simplesmente).
Com a bola, a estratégia do Peñarol é clara. A equipe prioriza as aproximações, com passe curto e triangulações. A saída predileta é pela direita, nas combinações do meia-extremo Estoyanoff com o lateral Aguirregaray e com o volante Sosa.
Se não houvesse espaço na direita, o plano B era a inversão para a esquerda – sem ligação direta. Palacio, o único atacante, é baixo e de velocidade. Ele abre lateralmente na direção do meia-extremo da esquerda. No espaço deixado por ele, infiltra-se o enganche Pacheco, um condutor de bola que conclui bem a gol.
O Barcelona jogou no 4-3-3 com triângulo de base alta no meio-campo. Mas, com os meias distantes dos atacantes, a equipe se mostrou sem alternativas. Engessada. Para a bola chegar à frente, só com uma condução excessiva dos meias, ou pela ligação direta. Com isso, mesmo fora de casa, quem manteve a posse e propôs o jogo foi o Peñarol. jogo era o pró-ativo e equilibrado Peñarol”.