Antes de enfrentar o Inter – ontem, em Uberlândia – Cuca viu seu predileto 3-5-2 ruir com os desfalques na zaga. Sem três zagueiros para escalar, o treinador cruzeirense recorreu a um modelo tático bastante conhecido no histórico recente do clube. E o resgate do sistema utilizado durante praticamente três temporadas por Adilson Batista resultou na vitória de 1 a 0 sobre a equipe colorada.
Contra o Inter, o Cruzeiro se utilizou do 4-4-2 em losango. O desenho do meio-campo pode ser considerado “assimétrico”, como já fizeram Tite no Inter e Carlo Ancelotti no Chelsea. Conceito geométrico que se aplica em função do desalinhamento entre os dois apoiadores da segunda linha de meio-campo.
Marquinhos Paraná foi o primeiro vértice do losango, centralizado, na proteção à linha defensiva. Logo à frente vieram os dois apoiadores: Henrique, à direita, mais recuado; e Everton, pela esquerda, mais adiantado. Roger completou o setor como ponta-de-lança, aproximando-se dos atacantes, e com liberdade para se movimentar de lado a outro.
No ataque, não houve centroavante de referência. O argentino Farías jogou com a camisa 9, mas partindo do lado esquerdo. E Thiago Ribeiro fez o mesmo no setor oposto, ambos abrindo espaço para o ingresso de Roger entre eles. Os dois laterais, Jonathan e Diego Renan, obtiveram autorização para o apoio alternado, contando sempre com a cobertura de Marquinhos Paraná, e dos respectivos apoiadores. Uma reunião de posicionamentos, funções e características de jogadores que me agrada muito. Gosto deste 4-4-2 em losango.
Não sei sob qual orientação de Cuca – pode ter sido devido à característica do time escalado, ou então por identificar este setor como o mais frágil do Inter – o Cruzeiro atuou prioritariamente pela esquerda (direita defensiva colorada). Ali se formou uma bela triangulação, efetiva principalmente no primeiro tempo, com Diego Renan, Everton e Farías. Combinação que naturalmente imantou Roger para a faixa central ofensiva, aproximando-se deste trio, e deixou Thiago Ribeiro, Henrique e Jonathan como opções para a inversão de jogo.
Farías jogou sobre Bolívar, e Everton-Diego Renan dobraram sobre Nei. Esta supremacia numérica provocou muitas dificuldades ao Inter, que não teve cobertura suficiente – Wilson Matias ficou entre o combate a Roger e o auxílio ao lado direito de defesa, e Guiñazu preocupava-se com os jogadores do setor oposto. Giuliano foi obrigado a recuar demais para acompanhar o lateral cruzeirense, e com ele todo o Inter veio junto.
Com um posicionamento surpreendentemente defensivo, e com postura passiva, o Inter permitiu ao Cruzeiro atuar em seu campo. Digo surpreendente porque o Inter vinha assumindo o controle da posse de bola, com marcação agressiva no campo adversário, mesmo em partidas fora de casa. São dois os raciocínios possíveis: foi o Cruzeiro quem empurrou o Inter, ou foi o Inter quem atraiu o Cruzeiro para seu campo. De toda forma, independentemente do diagnóstico, o recuo excessivo tirou a velocidade da transição ofensiva, porque o Inter tinha muito campo a percorrer, e pouca gente para receber à frente da linha da bola.
Acredito que o desgaste desta sequência de jogos, posterior a uma exaustiva campanha vitoriosa na Libertadores, tenha contribuído para o comportamento da equipe de Celso Roth neste jogo. Esse aspecto pode ter sido determinante para que o Inter tenha abdicado da marcação agressiva e tenha perdido a velocidade do contra-ataque, sem controlar a posse, como vinha fazendo nos últimos jogos.
ótima análise Edu, acrescente a essa mistura, ofato de dalessandro estar fora da partida e temos o resultado de pouca ofensividade, movimentação e arremates a gol, além disso a falta de taison para dar mobilidade ao atque também está prejudicando, sóbis não pode jogar ali, é posição para marquinhos ou giuliano, o sóbis é homem de frente… os 3 meias do “4-2-3-1″ devem ser dalessandro, tinga (giuliano ou andrézinho), marquinhos (giuliano) além disso a demora do wilson mathias na adaptação, pra mim ele não vai se adaptar nunca, tem que colocar glaydson ou derley nessa função e por último as contratações necessárias: lateral direito e zagueiro pela esquerda são posições carentes no inter… abraço
Boa tarde,
Gostei muito do blog Preleção, já está no favoritos. Uma sugestão é conseguir mais pessoas para contribuir com a analise de outros jogos do brasileirão principalmente do corinthians. Abraços
Eduardo
O inter ainda não aprendeu a jogar sem o Taison…
o Roth terá de fazer um novo esquema, o problema é que não vai ter
tempo para treinar…
outra coisa…não te parece que o Tinga está errando muitos passes? e não tem força no chute?
e que na melhor partida do ano (Chivas x inter) o Giuliano jogou centralizado…afinal
ele é o que melhor chuta a gol atualmente…uma vez que não temos mais o Taison?
abrazo
é cecconi, acho que o éverton na verdade jogou como um falso winger finalizador centralizado e o roger como um meia mesclando com ponta de lança no terceiro vértice do losangulo. Imagina o treinador explicando tuas táticas para jogadores de futebol semi-debéis mentais. Acha que isso faz sentido ou depois do PVC ,qualquer lixo que qualquer zé mané fingindo que sabe alguma coisa de tática passa batido?
Resposta do Cecconi: Gabriel, o treinador não precisa fazer analogias geométricas com os jogadores, se eles forem pouco instruídos. É só dizer “tu vai jogar aqui nesta parte do campo, e cumprir tais e tais funções”. A análise do resultado deste conjunto de orientações, e do respectivo desenho, fica a cargo dos cronistas. Abraços.
pra min,o esquema em losango,é o melhor q existe,desde d q,vc tenha os jogadores adequados para a função,também gosto,do 4-2-3-1,mas ai os 2 externos,tem q ajudar bastante na marcação,senão a equipe perde o meio,e ai fica dificil jogar.
qto ao jogo contra o cruzeiro,fiquei decepicionado,não pela derrota em si,mas pela maneira apatica do time,não parecia o inter jogando,e perdeu parab um time mediano,o cruzeiro sem montilio não é nada de mais,será q o treinador,ainda não enxergou,q sem sandro e tyson,ele vai ter q mudar a forma de jogar,sóbis não é tyson,giuliano não delessandro,qto um técnico fica refén de um esquema,mostra toda sua incapacidade,espero q além d perseguir jovens primessas,ele saiba também alterar forma de jogar