Acompanhei hoje a vitória do Inter por 1 a 0 sobre o Flamengo, no Estádio Beira-Rio. E achei curiosa a movimentação defensiva dos cariocas, o que motiva o debate sobre o rubro-negro no blog Preleção.
O Flamengo do técnico Rogério Lourenço apresentou um 3-5-2 híbrido. Na prática, Rômulo atuou como um zagueiro centralizado, entre Jean e Ronaldo Angelim, caracterizando o sistema com três zagueiros. No meio-campo, dois volantes alinhados (Willians e Correa), e Petkovic centralizado na ponta-de-lança. Completaram o time os atacantes Vinícius Pacheco e Diego Maurício abertos pelos lados.
Com a bola Rômulo avançava seu posicionamento, dando margem à percepção de uma variação tática para o 4-4-2 com meio-campo em losango, tendo ele no primeiro vértice do setor. Durante todo o primeiro tempo ele fez este balanço, recuando e avançando, muito atento à movimentação do único atacante fixo colorado – Everton.
A presença de Rômulo no trio defensivo espetou Juan e Léo Moura nas alas do Flamengo, posicionando ambos bem próximos dos pouco apoiadores laterais colorados Daniel e Juan. Essa estratégia, entretanto, voltou-se contra o próprio time de Lourenço.
Quando Rômulo recuava para marcar Everton, e os alas flamenguistas adiantavam-se para bater no alto com os laterais colorados, abria-se muito espaço pelos lados. Nesta faixa entre o ala e o zagueiro Taison atuou sem ser incomodado. O treinador do Flamengo, sem alterar a estrutura, tentou anestesiar a circulação de Taison invertendo os volantes – Correa, mais combativo, passou para o lado direito, e Willians foi para a esquerda.
Como meia-extremo pela esquerda, no 4-5-1 (ou 4-2-3-1) colorado, Taison jogou das costas de Léo Moura até o combate de Jean, entre as intermediárias. Espaço suficiente para desenvolver velocidade, observar o melhor caminho a seguir, analisar possibilidades, e ter vitória pessoal. Assim ele marcou o gol e criou as melhores chances do Inter na vitória de 1 a 0.
No segundo tempo, Lourenço corrigiu o problema mais comum dos 3-5-2′s à brasileira (indefinição da marcação pelos lados). Rômulo deu lugar ao meia Marquinhos, e o 4-4-2 se configurou.