Depois de atuar durante praticamente todas as Eliminatórias Sul-Americanas no 3-5-2, e começar a Copa do Mundo no 4-4-2 em duas linhas, o Paraguai apresentou hoje mais uma novidade tática. Com sucesso, afinal, venceu bem a Eslováquia por 2 a 0, encaminhando sua classificação às oitavas de final do Mundial da África do Sul.
Contra a Eslováquia, o Paraguai jogou no 4-3-3. E com um triângulo de base alta no meio-campo – um volante centralizado, com dois meias à frente. A principal virtude da equipe foi a composição ofensiva, combinando Valdez e Lucas Barrios, atacantes de movimentação, com o centroavante Roque Santa Cruz.
A estrutura tática, entretanto, não desguarneceu a equipe paraguaia. A linha defensiva se manteve, com apoio alternado e cauteloso dos laterais. Cáceres protegeu e deu cobertura a ambos os lados. E os meias – Riveros e Vera – não foram pontas-de-lança demasiadamente ofensivos, trabalhando mais na troca de passes e na aproximação para a segunda bola, do que mais precisamente na infiltração – o que evitou a abertura de espaços.
Na frente, Barrios abriu na direita, e Valdez na esquerda. Mas o posicionamento não permaneceu lateralizado. Martino procurou manter o trio ofensivo bastante próximo. Quando Barrios recebia na direita, Valdez fechava na área junto com Santa Cruz. O mesmo acontecia do outro lado. O camisa 9 também recuava no pivô, trazendo a marcação e possibilitando aos dois atacantes ingressarem simultaneamente na área.
Foi interessante ver o Paraguai identificando, em seu planejamento, a Eslováquia como um adversário mais vulnerável. E, a partir daí, buscando no sistema tático as condições para tornar-se protagonista, controlar a partida, e jogar para vencer. Foi uma estratégia acertada, sem riscos iminentes.