
Nem Inter, nem Chivas, divulgam suas escalações com antecedência. Mas, apesar da possibilidade de alguma mudança nas escolhas de jogadores, as estruturas táticas devem se manter. O Inter no 4-5-1 com três meias ofensivos (ou 4-2-3-1), e o Chivas no 4-4-2 em duas linhas com wingers adiantados – saibam aqui como os mexicanos enfrentaram La U nas semifinais.
Neste enfrentamento, talvez a inversão dos meias-extremos colorados seja uma boa alternativa. Celso Roth tomou esta atitude no segundo tempo da partida contra o São Paulo – leiam aqui, e teve êxito na eliminação da sobra de Rodrigo Souto, lançando Taison aberto pela direita sobre o lateral-apoiador Júnior César. Originalmente, Roth prefere meias de pés invertidos: canhoto D’Alessandro pela direita, destro Taison na esquerda, ambos cortando para o meio e aproximando-se do articulador central (provavelmente Giuliano em substituição ao suspenso Tinga).
No Chivas, Ponce é o lateral-apoiador, pela esquerda. Esparza permanece mais preso à base defensiva, alinhado aos zagueiros Reynoso e Magallón. Inverter Taison e D’Alessandro é dar oportunidade ao camisa 7 colorado para explorar a linha de fundo, em velocidade, às costas de Ponce. Do outro lado, D’Alessandro seguiria procurando o meio, arrastando consigo a marcação de Esparza.
No 4-4-2, o meia-central que se apresenta para o apoio é Báez. E seu posicionamento inicial pende à esquerda. Ou seja, é o volante responsável pela cobertura de Ponce. Ambos apoiadores, dando boa perspectiva para os avanços em velocidade de Taison na transição ofensiva do Inter (o famoso contra-ataque).
Esta movimentação combinada pela esquerda do Chivas, com Ponce e Báez, compensa a ofensividade de seu lado direito. Equilibra as ações pelos dois setores, portanto. Isso porque, se Esparza não apoia muito, os mexicanos atacam forte pela direita com o meia-extremo Arellano, e com o atacante Omar Bravo. Kleber, Índio e Guiñazu precisarão estar atentos às combinações desta dupla de velocistas no setor (como indica a área em destaque no diagrama tático que ilustra o post).
Arellano pode ao mesmo tempo buscar a linha de fundo, ou então ingressar em diagonal. Já Omar Bravo costuma fazer sempre o mesmo movimento: ele sai do centro e investe no lado direito, ou fazendo dobradinha para a tabela curta com Arellano, ou abrindo espaço à diagonal agressiva do companheiro.
Bautista, centroavante de flagrantes limitações técnicas, completa a sincronia de movimentos ofensivos com um pivô curto surpreendentemente qualificado. Ele retorna para buscar jogo, sem deixar de ser centroavante, e também para marcar a saída de bola com o primeiro volante. Deve travar duelo com Sandro nesta faixa, lutando para jogar entre as costas do camisa 8 colorado e Bolívar.
Quando Bautista recua, e Bravo abre o posicionamento, Arellano encontra as condições perfeitas para a diagonal. Quando Bautista retorna à área, tanto Bravo quanto Arellano (ou Ponce e Medina na esquerda) tentam o cruzamento para a área. Báez adianta-se para o rebote ofensivo. Tanto ele quanto Ponce arriscam muitos chutes de fora da área nesta recuperação da segunda bola.
Para encerrar as sempre arriscadas projeções táticas pré-jogo, o Inter pode também se beneficiar do posicionamento excessivamente adiantado e lateral dos wingers do Chivas para obter supremacia numérica no centro do campo. Sandro (embora preocupado com o pivô de Bautista), Guiñazu e Giuliano (ou Andrezinho, ou Matias) somariam três contra Báez e Mejía, o volante marcador. D’Alessandro procurando a aproximação com o meio, ou até mesmo invertendo posicionamento com Giuliano, aumentaria a supremacia numérica do Inter à frente da área. Também uma bela perspectiva boa para o controle da posse de bola, para as trocas de passes curtos, e para o domínio da velocidade da partida, acelerando a transição ou retirando objetividade conforme a prioridade do momento.