Todo ano, em fevereiro, eu falo dela. Quando era criança, era esperada quase tanto quanto o Natal. Todo mundo ia à Festa da Gruta de Itapuca, na minha terra natal, Anta Gorda.
É sempre pouco antes ou pouco depois de 11 de fevereiro, dia de Nossa Senhora de Lourdes.
Eu tenho tantas lembranças dessa gruta de Itapuca… Para mim, que queria ser arqueóloga ou qualquer coisa do gênero, aquilo era o caminho mais curto rumo às tumbas de faraós… Me impressionava entrar direto daquela mata exuberante para pisotear as pedras sibilantes, para o teto que ia diminuindo, oprimindo, para uma suposta falta de ar que eu nem sentia, mas fazia parte do mistério.
Não havia quem fosse nos visitar, inverno ou verão, que a gente não levasse para conhecer a tal gruta. E, no fim do ano, nosso esperado piquenique carregava para lá toda a família – irmã, irmãos, cunhados, sobrinhos – numa divertidíssima excursão. Voltávamos com os cabelos duros da poeira do caminho, mas felizes porque íamos cantando, comendo nosso farnel que às vezes nem conseguia chegar ao destino.
Naquele trajeto, nós víamos de tudo, até disco voador um dia vimos, na carroceria do jipe que era dividido por meu pai e pelo compadre Demétrio. Que coisa. A imaginação, com aquelas vistas, não tinha mesmo limites.
Pois o cartaz com o convite para a festa deste ano, que a Franciele Izoton Dall Orsoletta me enviou, lembrou de tudo aquilo. Não irei à festa. Mas pretendo voltar lá assim que possível. É sempre bom voltar.
Nasci em Itapuca e vivi lá até os meus 04 anos, depois mudei, como eu era muito nova, tinha até esquecido dessas maravilhas, agora lendo a reportagem tudo voltou a minha cabeça, quanta saudades !!!
Nossa terra natal sempre tem muitas recordações de infância… lendo sua reportagem, me vi quando criança indo passear com toda a família na Gruta de Itapuca, nossa principal atração turística e que guardo até hoje em minhas lembranças. Só quem viveu essas alegrias sabe do que estamos falando, abraço!