O Eduardo Majewsky, leitor que acompanha a coluna e o blog, fez um roteiro de 20 dias pela Amazônia e mandou relato e fotos dessa aventura.
Leia abaixo:
“Descobri que o mundo tem 6 continentes: Europa, Ásia, Américas, África, Oceania e a Amazônia !
Para ter uma ideia, caberiam 10 Franças inteirinhas na Amazônia !
Essa foi a primeira viagem, mas depois do que experimentamos serão muitas, não tenho dúvidas.
Estivemos em Manaus e em boa parte da longa extensão do Rio Negro.
Nas Anavilhanas, o segundo maior arquipélago do planeta, no município de Novo Airão, a 200 quilômetros de Manaus
Depois fomos de barco até Santarém, 30 horas navegando pelo Rio Amazonas, em meio a nativos, nortistas e muitos estrangeiros, a maioria europeus.
De Santarém fomos a Alter do Chão, em mais 38 quilômetros.
Alter (se pronuncia ALTÉR) é um capítulo à parte na viagem.
É chamada de “Caribe Brasileiro” devido às águas verdes do Rio Tapajós.
Daqui existe uma infinidade de passeios, todos de barco, a florestas, ilhas, igapós, comunidades ribeirinhas e comunidades indígenas.
Nesta época (agosto/setembr0), as águas já estão baixas e as praias começam a aparecer - a mais famosa, que fica em frente a Alter, é a Ilha do Amor, lindíssima.
Gastronomia? Pirarucu, tambaqui, tucunaré, assados, grelhados, na telha, na taquara, de todo jeito. Costela de tambaqui ou pirarucu se come igual a churrasco, os peixes são enormes. Tucunaré é melhor na caldeirada.
E tem a Piracaia, que é uma festa na praia, à noite, com fogueira, peixe assado, normalmente o pirarucu, e muito carimbó, a música do Norte.
Na segunda quinzena de setembro tem a maior festa de Alter que é o Çairé (assim mesmo), parecida com o festival de Parintins, onde disputam o Boi Caprichoso e o Boi Garantido. No Çairé disputam também dois grupos folclóricos: o Boto Tucuxi e o Boto Cor-de-Rosa.
De Alter fomos a Belém e direto à Ilha do Marajó. Na realidade, Marajó não é ilha e, sim, arquipélago. As duas maiores ilhas são Soure e Salvaterra. Ficamos nesta numa pousada em frente ao Rio Pará, extensão do Rio Amazonas.
Em Soure tem duas praias de fazer inveja a qualquer Pipa, Maragogi e outras do Nordeste, que são a do Pesqueiro e Barra Velha. Legal é que tu tomas banho de rio, mas no horizonte já é o Oceano Atlântico, que se vê perfeitamente.
No Marajó não tem aeroporto, tampouco alguma ponte que ligue ao continente ou mesmo entre as ilhas, é só de barco ou ferry.
Curiosidade: aqui a polícia local monta em búfalos, chamada de Bufalaria. O maior rebanho de búfalos do Brasil está no Pará, em especial no Marajó. O filé marajoara é isso mesmo, filé de búfalo gratinado com queijo dele mesmo…uma delícia !
Voltamos a Belém novamente de barco, em 3 horas e meia de viagem.
Muitas coisas interessantes: o Teatro da Paz, Mercado Ver-o-Peso, Basílica de Nazaré (aqui tem a festa do Círio de Nazaré, em outubro), Estação das Docas (igualzinho ao nosso cais, só que totalmente aproveitado com espaços culturais, restaurantes, bares, que inveja!)
Gastronomia? O tacacá, típico do Pará, comida indígena por natureza: primeiro porque é servida numa cumbuca natural, depois porque leva tucupi (caldo da mandioca), farinha de tapioca, folhas de jambu e peixe.
Mas tem também o pato no tucupi, costela de tambaqui na brasa e muitas frutas, muitas mesmo, a perder de vista…sucos, sorvetes…”