No século passado (é legal dizer isso, embora tenha se passado pouco tempo desde o século passado), numa viagem à ITÁLIA, me chamou a atenção a quantidade de pessoas em meio a uma floresta quando íamos de carro em direção ao Monte Grappa, no norte da Itália.
Confesso que nunca havia ouvido falar em caça às trufas! Até porque, caça, pra mim, tinha outro sentido… Como é que se caçavam fungos??!!
Pois é no outono que elas são “caçadas”, por cães farejadores especialmente treinados. Na Itália, as brancas se concentram em pontos como as cidades de Alba, no Piemonte, e em San Miniato, na Toscana.
Na CROÁCIA, é na Ìstria, ao norte do país, que se encontram essas iguarias valiosíssimas no mundo da gastronomia.
Não por acaso a região é conhecida como a Toscana da Croácia.
Ali, para festejar a temporada há um calendário que inclui festival com exposições, desgutação,com atividades que se estendem pelo mês de novembro.
Ele fica no alto de uma colina, com belas cúpulas, arcadas e fachadas cobertas por vegetação. Virou atração turística na cidade. A área, que pertencia a Miroslav Mirogojski e tinha uma pequena floresta e vinhedos, foi comprada pela prefeitura da cidade em 1872.
Nele há alamedas com frondosas árvores, arcadas, pavilhões com cúpulas renascentistas. Muitos escultores decoraram túmulos, especialmente de figuras públicas, como o do primeiro presidente da Croácia independente, Franjo Trudman.
Sugestões para chegar ao cemitério, considerado um dos mais bonitos da Europa:
caminhada de meia hora do centro, considerando que há ladeiras
Dias trás, uma leitora cujo nome não registrei pediu dicas sobre a Croácia.
Por coincidência, recebi no dia seguinte do turismo oficial da cidade uma lista de lugares imperdíveis para se conhecer em Dubrovnik. Confira:
Farmácia medieval -Trata-se da farmácia mais antiga da Croácia e uma das três da Europa e ainda em funcionamento. Datada de 1317, anexa ao Mosteiro Franciscano, conserva os antigos apetrechos, potes, livros e demais utensílios usados pelos alquimistas medievais, agora expostos num museu anexo. A farmácia, ainda ativa, é famosa por produzir cremes e cosméticos segundo receitas com mais de 200 anos. A visita à farmácia e seu museu passa também pela visita ao convento franciscano, com suas arcadas e claustros, localizado na Stradum, a rua principal, na entrada da cidade velha de Dubrovnik bem próximo à porta PIle.
Muralha - Do alto da muralha que guarda a cidade há mais de 500 anos, as telhas de cores diferentes são as únicas cicatrizes visíveis da guerra que vitimou a região nos anos 90. São cerca de dois quilômetros da muralha que permitem belas vistas da cidade.
Palácio do Reitor - No palácio do antigo governante de Dubrovnik, ele permanecia por um único mês no ano, trancafiado na bela residência renascentista, sem contato com ninguém do lado de fora para evitar eventuais tentativas de corrupção ou de usurpação do poder. Restaurado, o palácio de arquitetura gótica e renascentista com toques barrocos exibe objetos, mobiliário e algumas peças pitorescas.
Stradum - Principal rua da cidade, era, nos primeiros tempos de Dubrovnik, um estreito canal que separava a ilha do continente. Canal aterrado, a cidade se expandiu para a zona mais íngreme, dando origem às escadarias que formam ruelas da cidade murada. Na Stradum e nas ruas travessas ficam as lojinhas para as compras de produtos típicos da região – bordados artesanais, azeites de oliva, vinhos, geleias, chocolates ou as joias típicas.
Taí um museu que eu não sei se gostaria de conhecer. Mas, considerando que já fui a um de múmias, não posso dizer deste museu não beberei.
Só o nome já dá uma ideia do acervo: Museum of Broken Relationships, com objetos que contam histórias de amores perdidos.
Criado a partir de uma instalação montada em ZAGREB, na Croácia, já é a terceira atração mais visitada na cidade e foi premiado em 2011 como o museu mais inovador da Europa (European Museum Awards).
A reunião de objetos vindos do mundo inteiro conta histórias de casais que, por diferentes motivos, se separaram.
P.S.: depois de publicar uma nota sobre o museu no caderno Viagem, de ZH, a Sandra Pacheco enviou email com o seguinte recado:
“Vi na edição do Caderno de Turismo de hoje, dia 21/8/2012, a notinha que colocaste sobre o Museu das Relações Partidas em Zagreb. Estou te escrevendo para dizer que estive lá em maio deste ano e o Museu é genial. Tem de tudo quanto é objeto: vestidos, bicicleta, bichos de pelúcia, lingerie, etc… e todos com o depoimento de quem os deixou lá…muitíssimo interessante. Se tiveres oportunidade, vai conhecer, sim, não tem nada de deprê.”
E a Sandra revirou nos arquivos e encontrou as fotos que fez lá no museu e mandou pro blog. Veja abaixo:
Que a CROÁCIA é o destino de 2012 já se falou aqui mais de uma vez.
Mas não resisti a mais um post com o material de divulgação recebido do Escritório de Turismo deKORCULA, uma ilha na costa do país que diz ser a terra natal de Marco Polo, embora haja dúvidas sobre o local exato de nascimento do lendário navegador.
A minúscula ilha tem ruas estreitas, pequenos canais e construções gótico-renascentistas conservadas. Típico do lugar é o “Grk”, um vinho branco natural produzido numa pequena parte da ilha a partir da cepa do mesmo nome, em pequenas quantidades – 30 mil garrafas/ano – sendo que 80% delas são comercializadas por hotéis da própria ilha.
O vinho ficou famoso depois que o jornal londrino Daily Mail publicou reportagem falando dele, fazendo com que se esgotasse nas prateleiras. Para harmonizar com os vinhos, a culinária local reserva especialidades como guisados e caldeiradas de peixes e lagostas.
A Croácia, aliás, investe forte num roteiro do vinho, com 12 rotas turísticas e vinícolas da região, além da construção de quatro pequenos museus do vinho ( Baranja, Erdut, Dakovo y Fericani), e um museu regional do vinho em Osijek.
Não há lista de 2012 em que a CROÁCIA não apareça como um dos destinos do ano.
E foi por lá que passouBeto Conte, diretor do STB – Student Travel Bureau, que já percorreu 124 países nos cinco continentes.
Ele fala no Papo Viajante desta terça-feira sobre a Croácia, no evento semanal do STB.
Na conversa, Beto Conte vai relatar sua viagem de 17 dias, num roteiro que começou em Zagreb, passou pelas montanhas até a costa da Dalmácia e pela cidade murada de Dubrovnik, que controlava o comércio pelo Mar Adriático e competia com Veneza.
Serviço
Papo Viajante
Nesta terça, 26 de junho, 19h30min
No Espaço STB Brasas, na Rua Anita Garibaldi, 1.515, em Porto Alegre
O evento é gratuito e os lugares são limitados. Interessados devem confirmar presença pelo telefone (51) 4001-3010
Pois agora quem escreve para falar de lá é a própria Marília, gaúcha que mora em Zagreb.
Ela é guia turística na Croácia, onde recebe grupos de brasileiros, além de dar aulas de História do Brasil na Universidade de Zagreb, no Curso de Português, além de aulas particulares de português, espanhol e croata para brasileiros.
A história de Marília é daquelas sobre as quais a gente ouve falar de vez em quando. Nas palavras dela mesma:
“Vim para a Europa, no fim de 2007, viajar e visitar meu irmão em Dublin e acabei conhecendo um croata num ônibus de turismo. Foi amor à primeira vista, nos apaixonamos e nem voltei ao Brasil! Me casei em 4 meses e minha vida mudou totalmente! Já estava falando fluente croata em 6 meses! “
Empenhada no seu trabalho e na divulgação do país, Marília criou um blog para isso: Uma Brasileira na Croácia.”
E mandou algumas dicas:
“É um país que reúne história, praias, montanhas e muita cultura. Fico feliz em ver que aos poucos os brasileiros estão vindo e descobrindo!
A dica que tenho é que os turistas brasileiros que vêm até aqui não deixem de visitar a capital Zagreb, pois muitos conhecem Dubrovnik ou só a costa.
Zagreb é uma cidade de 800 mil habitantes, a capital do país que abriga os centros político, econômico, cultural e educacional. Além disso, possui mais de 30 teatros, museus, galerias e parques. O interessante é que tudo é perto, muito fácil de se localizar, é muito aconchegante e as pessoas são bem receptivas. O centro histórico nos remonta aos tempos medievais, cheios de ruelas e nos dá a sensação de estar nos livros de história.
O que acho imperdível é ir ao cemitério Mirogoj, um museu à céu aberto que abriga num mesmo lugar cristãos, muçulmanos e judeus. É um espetáculo! Além disso, acho muito legal o Jarun, um lago artificial, onde as pessoas tomam banho no verão, praticam esportes e à noite há vários bares bem divertidos!
Pra conhecer bem os costumes locais sugiro ir ao Mercado Dolac, uma feira diária que ocorre de manhã atè às 14h, onde os produtores vendem legumes, frutas, mel, queijos fresquinhos e flores. Nele se pode comprar também artesanatos típicos da região. E, logo em seguida, o legal é ir tomar um café na Tkalca, uma rua de pedestres cheia de cafés e bares. Ali os croatas passam o dia tomando café com leite e curtindo a vida. Essa é a melhor maneira de conhecer os croatas!
Pra terminar, sugiro que se caminhe pela cidade, observando os belos prédios e a bela arquitetura de influência austríaca. Se precisarem de qualquer dica, estou à disposição.”
Nesta terça, na página 2 do caderno VIAGEM, o cartão-postal escolhido é o de um farol na CROÁCIA.
O “gancho”, além do fato de o país ser um dos destinos da moda em 2012, é a reforma de dois faróis que recebem hóspedes. Ficam na região da Istria, ao norte, os faróis de Verudica e Marlera, abertos a turistas o ano inteiro:
Verudica: construído em 1877, no cabo do mesmo nome, em frente à ilha de Veruda, ao sul de Pula, é uma torre quadrada com um edifício baixo, em anexo, com área total de 50m².
Marlena: de 1880, fica a sudoeste da península de Istria e tem uma torre separada de edifício térreo, somando 60m².
Os dois faróis, ainda em funcionamento, estão automatizados e têm supervisão e monitoramento à distância.
Na costa croata do Adriático há 45 faróis. Onze deles podem ser alugados por turistas com acomodações para duas a oito pessoas, com apartamentos com quartos, banheiro, cozinha e, em alguns casos, zelador.
Quem vai falar sobre o país será com uma gaúcha que mora em Zagreb: Marília Peixoto Coelho de Souza apresentará as belezas naturais desde as ilhas e praias no mar Adriático, às montanhas da Dalmácia até os famosos lagos de Plitvice.
Oportunidade de desvendar a cidade murada de Dubrovick, a da foto, que controlava o Adriático, e a capital Zagreb, com seu núcleo medieval e palácios góticos e barrocos.
Marília mostrará a combinação de história, cultura e praias num mesmo lugar.
Serviço
O Papo Viajante é uma atividade gratuita e os lugares são limitados.
Na Anita Garibaldi, 1.515, em Porto Alegre.
Informações e confirmação de presença pelo telefone (51) 4001-3010.
O tema do Papo Viajante do Espaço STB BRASAS desta semana é a CROÁCIA.
É nesta terça, dia 29, a conversa sobre as belezas da península balcânica.
Shirley Sbardelotto apresenta sua viagem, de Zagreb, a capital, às montanhas do Montenegro, passando por Sarajevo, as ilhas da Dalmácia e a cidade murada de Dubrovick que controlava o Adriático, terminando pela medieval Ljubiana.
Serviço:
O Papo Viajante é gratuito, no Espaço STB BRASAS (Anita Garibaldi, 1.515)
Lugares limitados, confirmar presença pelo telefone (51) 4001-3010.
P.S.: após a publicacão do post, recebi um material sobre a Croácia, falando sobre seu ingresso na União Europeia, alguns dados e vídeo sobre turismo no país. Confira abaixo.
No próximo dia 9 será assinado, em Bruxelas, o tratado de adesão da Croácia à União Europeia. Uma amostra do que tem a oferecer, especialmente em turismo, está no vídeo abaixo:
O turismo local já registrou o maior índice de crescimento no continente (7%) tendo recebido, só nos primeiros sete meses de 2011, 6,2 milhões de turistas.
No país há vários pontos de interesse como cidades, monumentos e patrimônios da Unesco, recursos naturais, litoral de águas limpas, clima ameno, a boa gastronomia e vinhos, a amabilidade do povo.
Dias atrás, uma amiga enviou e-mail mandado por um amigo com um power point que descrevia o Órgão do Mar, em Zadar, na CROÁCIA. É sobre ele a chamada cifrada que está na página 2 do caderno VIAGEM desta terça.
Nunca fui à Croácia, mas meu emérito colaborador André Mags foi. E rapidinho me descreveu como é o dito cujo (você pode ouvi-lo mais abaixo, do YouTube).
Não tenho 100% de convicção, mas acho que a mão humana até pode ter conseguido melhorar o que parece impossível: fazer o som do mar ficar mais bonito! Confira o relato do André (em anexo, a foto dele no local):
%22Os caras vão para a praia, sentam-se ou deitam pelo chão e tiram fotos. A maior atração, porém, é apreciar a música tocada pelo oceano.
O Órgão do Mar foi construído em 2005 no litoral de Zadar, na Croácia, cidade de 70 mil habitantes. Desde então, virou um lugar procurado pelos turistas que visitam o país.
Por fora, nada além de uma escada com buracos entre os degraus e debruçada sobre o oceano. Lá embaixo é que a engenhoca funciona. O concerto começa quando a água do Mar Adriático atravessa aberturas sob a superfície e entra por 35 tubos.
O movimento do oceano empurra o ar, que passa por um sistema semelhante ao de um órgão convencional e sai por entre os degraus, junto com o som produzido.
Dependendo da força da água, são disparadas notas diferentes, criando uma música suave. Idéia do arquiteto Nikola Bašić para deixar a lagarteada na orla croata ainda mais relaxante.%22
Dias atrás, o André Mags escreveu aqui sobre o charmoso caos de Zaragoza, na Espanha. Seguindo a trilha das cidades caóticas, o mesmo André escreveu sobre Split, na Croácia. Lá vai:
“Tão caótica quanto Zaragoza é Split, a bons 2.143 quilômetros rumo leste. Ela começou pequenina, em um centro amuralhado, até que foi se espalhando a partir do imponente Palácio de Diocleciano, residência de verão do imperador de Roma homônimo, e virou a segunda maior cidade da CROÁCIA, com 175 mil habitantes.
São ruas espremidas pelo centro, o que enlouquece qualquer motorista. Assim como o porto-alegrense escapa do calor na Capital indo para o Litoral, fuja do trânsito de Split e corra para a cidade antiga (que é de vias peatonais), onde uma imensa estátua feita pelo maior escultor croata, Ivan Mestrovic, recepciona os visitantes.
Passe a mão no dedão da escultura para dar sorte e, ao adentrar aquela jóia de cidade, diga: Viva o caos!”
Postado por Rosane Tremea
Perfil
Viajo muito menos do que gostaria. Talvez um pouco mais do que a maior parte das pessoas. Mas sempre que viajo, mesmo em férias, por mania de ofício, ando sempre com caneta e bloquinho, fazendo pequenas reportagens.
Gosto de dividir com os outros o que vejo, embora às vezes sinta um ímpeto egoísta de não revelar para ninguém aquele lugar especial e pouco conhecido, temerosa de que tudo mude quando eu voltar uma segunda vez. Pensamento passageiro. Acabo contando tudo aos quatro ventos.
Resolvi contar aos quatro ventos em um blog: o que vejo na cidade (Porto Alegre, no caso), no Interior (do Rio Grande do Sul) ou incursionando pelo Brasil ou Exterior.
Gosto de me mover, sem objetivo nenhum. Na infância, minha mãe me chamava de "porquinho de Santo Antônio" — quando o santo saía para pregar, dizia-me ela, era sempre seguido por um desses animais que, naquela época, conquistaram o direito de se mover livremente pelas ruas.
Por essa falta de objetivo, ao tomar carro, ônibus, barco, avião, identifico-me com o escritor e viajante Roberto Louis Stevenson, que uma vez escreveu: "Eu não viajo para ir a algum lugar, mas para ir. A grande emoção é se mover".
Sem nenhum outro objetivo que não compartilhar experiências, escrevo aqui dicas e curiosidades de viagens. Não são roteiros de uma especialista. São pequenos relatos de uma viajante comum. Envie os seus!