Dezoito de maio é o Dia Internacional dos Museus. Hoje, portanto.
Não sei explicar o motivo, mas adoro museus. Sempre gostei. Quando me mudei para Porto Alegre, 26 anos atrás, não havia muitos, nem o acervo era lá grande coisa, nem as mostras temporárias frequentes. Mas eu ia de um a outro no meu tempo livre de estudante. Era do Margs ao Júlio de Castilhos, do Júlio de Castilhos ao Margs. Para mim, um espaço de aprendizado, uma tentativa de entender a história e o tempo, o de outros e o nosso.
E, viajando, “perco”, sim, meu tempo em museus. Nem tão pouco que me frustre as expectativas, nem tanto que me impeça de ver o mundo lá fora.
Há pouco tempo, numa entrevista, o vice-diretor para conservação e pesquisa do Museu do Prado, de Madri, Gabriele Finaldi, disse que 45 minutos são suficientes para conhecer um museu como o que ajuda a dirigir (que é bem grandinho, diga-se). Basta escolher o que de melhor cada um oferece.
Pode ser. Já fiz isso.
Mas, para conhecer o museu do título, o NEWSEUM, o museu da notícia, gastei uma tarde inteira. Claro que tem tudo a ver com meus interesses e minha atividade. Mas é que esse, especialmente, um dos 71 museus existentes em Washington, é tão interessante, que faltou tempo.

Começa que o dito cujo, inaugurado em 2008, tem seis andares e é totalmente interativo. São 14 galerias e 15 teatros.

Um resumo do que eu vi:
- o sensacional e emocionante vídeo de apresentação (Wath’s news – O que é notícia);
– todas as fotografias vencedoras do prêmio Pulitzer, o principal da imprensa americana;
– “Atletas”, mostra de fotos de esporte do lendário fotógrafo Walter Iooss (incluindo uma de Pelé!);

- um vídeo em 4D com um pouco da história do jornalismo investigativo e das coberturas de guerra capaz de transportar as pessoas para as cenas;
– exposição com dezenas de capas de jornais sobre o 11 de Setembro em todo mundo;

– diariamente, as capas de 80 dos principais jornais do mundo (entre eles, Zero Hora);

– a história de 500 anos de imprensa;

- uma exposição temporária sobre a história de Elvis Presley;

– estúdios de rádio e TV, espaços interativos e muito mais…
Pode parecer que só interessa aos jornalistas, escrevendo assim do jeito que escrevi. Mas não é, acredite. Havia ali dezenas de adolescentes e de pessoas que, à primeira vista, pouco tinham a ver com jornalismo. E pareciam interessadíssimas. Eu me emocionei. Concluí que fui jornalista em outra encarnação!!!
P.S.: a origem da palavra museu está no latim (museum), derivada do grego antigo (mouseion). Originalmente, o museu era o templo das musas, as deusas da memória.